O governo Donald Trump entrou em conflito com os governadores estaduais neste domingo devido a uma possível suspensão das medidas de confinamento nos Estados Unidos, uma discussão que foi dura pelo encorajamento explícito do presidente aos protestos contra essas restrições.
O vice-presidente Mike Pence disse que todos os estados têm a capacidade de realizar a quantidade necessária de análise da COVID-19 para permitir uma reabertura preliminar da economia e retomar parcialmente a vida normal do país.
No entanto, governadores de vários estados disseram que sua capacidade de teste está bem abaixo dos níveis exigidos para evitar novos surtos.
Até o momento, 740.000 casos foram registrados nos Estados Unidos, número que o coloca o país com mais infecções no mundo, e 40.585 pessoas morreram devido à pandemia.
"Depois que ativarmos todos os laboratórios que podem executar testes de coronavírus (será) o suficiente para qualquer estado dos Estados Unidos passar para a fase um", disse Pence à Fox News no domingo.
A primeira fase estabelece o fim do confinamento para pessoas saudáveis e permite que restaurantes, cinemas, estádios, locais de culto e academias abram suas portas respeitando o distanciamento social.
O governador da Virgínia, Ralph Northam, disse por sua vez que as alegações do governo sobre o número de testes disponíveis são "apenas uma ilusão".
Gretchen Whitmer, a governadora de Michigan, afirmou que os testes diários poderiam ser "dobrados ou até triplicados" se tivessem recebido os suprimentos necessários, como cotonetes e reagentes, solicitados ao governo federal.
O conflito também tem como pano de fundo as eleições presidenciais de novembro e a tentativa de Trump de minimizar os danos à sua campanha para um segundo mandato.
Protestos de rua contra as medidas de contenção foram organizados no sábado em várias cidades dos Estados Unidos.
No Twitter, Trump escreveu "LIBERTE" Michigan, Minnesota e Virginia, todos estados com governadores democratas, que mantêm essas restrições.