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Estado de Minas

Protestos contra confinamento nos EUA, enquanto mortes passam de 157 mil no mundo


postado em 18/04/2020 19:19

Centenas de pessoas protestaram contra o prolongamento do confinamento nos Estados Unidos, incentivadas pelo presidente Donald Trump, apesar de seu país registrar quase um quarto das mais de 157.000 mortes que a COVID-19 causou até este sábado no mundo.

E enquanto várias cidades americanas registraram protestos, um mega-concerto pela Internet começou às 16H00 de Brasília para aliviar o confinamento que mantém cerca de 4,5 bilhões de pessoas, mais da metade da população mundial.

O concerto virtual, em apoio ao pessoal de saúde no mundo, reúne, entre outros, astros como Taylor Swift, The Rolling Stones, Annie Lennox, Anitta, Elton John, Jennifer López, Celine Dion, Paul McCartney, Stevie Wonder e Billie Eilish.

Nos Estados Unidos, centenas de manifestantes desafiaram as autoridades dos estados democratas que defendem as medidas de contenção nas ruas.

Cerca de 400 pessoas se reuniram sob uma chuva fria em Concord, New Hampshire, muitas a pé e outras em seus carros, para protestar contra quarentenas prolongadas em um estado com relativamente poucos casos confirmados da COVID-19.

Protestos semelhantes ocorreram em outras cidades americanas, como Annapolis, Maryland ou Austin, Texas.

"Minnesota livre!", "Michigan livre!", "Viginia livre!", escreveu Trump no Twitter encorajando os manifestantes.

Enquanto isso, o estado de Nova York, o epicentro da pandemia nos Estados Unidos, registrou o menor número de mortes nas últimas duas semanas, com 540 nas últimas 24 horas, embora o governador Andrew Cuomo tenha alertado que essa aparente melhoria deve ser levada com cuidado, pois foram 2.000 novas hospitalizações ao mesmo tempo.

"Não estamos mais em um pico, mas ainda não estamos em uma boa posição", afirmou.

- Em todos os lados -

E enquanto o presidente americano reiterava seus ataques à China por "esconder" a severidade da pandemia, o presidente francês Emmanuel Macron e o chefe da diplomacia britânica Dominic Raab também questionaram a transparência de Pequim.

Praticamente não há país ou território no planeta onde o coronavírus não tenha chegado, tendo infectado mais de 2.280.000 pessoas e provocado mais de 157.000 mortes desde que apareceu na China no final de 2019, de acordo com a contagem mais recente da AFP.

A Europa registra quase metade dessas infecções e mais de 100.000 mortos, principalmente na Itália (mais de 23.200 mortes), Espanha (mais de 20.000), França (mais de 19.300) e Reino Unido (quase 15.500).

Muito abaixo desses números, a China registra 4.632 mortes.

Mas os Estados Unidos são o país mais atingido do mundo, com mais de 706.000 infecções e 37.079 vítimas fatais.

Na América Latina, o número de mortos ultrapassa 4.000 e a África registra mais de 1.000.

- Fim do confinamento? -

Além da instigação de Trump, os governos de todo o mundo enfrentam o dilema de quando e como acabar com o confinamento.

Após semanas devastadoras, sinais de desaceleração da epidemia na Europa, mesmo que centenas de mortes continuem sendo relatadas, levaram alguns países a pensar no fim do confinamento.

"A igreja do cemitério de Bergamo está vazia. Finalmente", escreveu neste sábado no Twitter o prefeito desta cidade italiana, que mostrou uma foto do interior do local sem os numerosos caixões que estiveram ali por semanas.

A partir de 11 de maio, estão programadas a retomada ou reabertura de algumas atividades na França e na Suíça.

Na Alemanha, a previsão é 4 de maio, e 27 de abril, na Noruega. A Dinamarca já liberou a circulação das pessoas.

Na Espanha, os alunos continuarão estudando em casa no terceiro trimestre e não há data para reabrir os centros educacionais.

Mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o risco de uma segunda onda mortal do vírus, se o confinamento for levantado muito cedo.

O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau anunciou que a fronteira do estado será fechada por mais um mês.

Na América Latina, países como República Dominicana, El Salvador ou Paraguai prorrigaram o toque de recolher ou os confinamentos.

- Guerras de fome -

O confinamento é ainda mais difícil nos países mais pobres ou em conflito, na África, no Oriente Médio ou na América Latina.

"Senhor Presidente, estamos passando por uma crise alimentar. Aqui está uma guerra", disse Joani Fredericks, ativista da África do Sul, preocupada com o fato de o confinamento em seu país ter causado confrontos com a polícia e saques nos bairros mais pobres, devido à fome.

No Brasil, com mais de 2.300 mortes e mais de 33.000 infectados - embora o número real de infecções possa ser 15 vezes maior, segundo os pesquisadores - a situação da saúde nas favelas é particularmente preocupante.

"Existem grandes riscos de o vírus se espalhar na favela, de 40 a 50% dos testes realizados aqui são positivos", diz Tiago Vieira Koch, diretor de uma unidade de assistência clínica na Rocinha, no Rio de Janeiro.

A crise da saúde ameaça deixar uma pesada conta na América Latina e apagar o progresso feito nos últimos anos, como já havia alertado o Banco Mundial, que prometeu 160 bilhões de dólares para financiar projetos contra a pandemia nos próximos quinze meses.

Depois que a Argentina declarou uma moratória ao pagamento da dívida externa, os credores do Equador concordaram em prorrogar até agosto o prazo de pagamento de 811 milhões de dólares em juros sobre sua dívida, cujo valor será usado para combater o coronavírus.

Em meio a dificuldades econômicas, muitos países estão lutando para estocar suprimentos para lidar com a emergência.

No México (quase 6.900 casos e mais de 540 mortos), o governo, que proibiu a cremação dos corpos de pessoas mortas com suspeita de COVID-19, anunciou a compra de 1.000 respiradores dos Estados Unidos, um décimo do que o presidente Andrés Manuel López Obrador, pediu a Trump.

A Argentina recebeu seu primeiro voo com suprimentos da China, um avião com 13 toneladas de equipamentos médicos.

- Preocupação com imigrantes e presos -

Tanto na América Latina como na Europa e em outras regiões, a situação dos imigrantes é um foco de preocupação.

Cerca de 1.700 imigrantes ilegais - a maioria da América Latina - estão parados a caminho dos Estados Unidos em uma área de selva do Panamá, onde aguardavam a abertura das fronteiras.

A Guatemala, por sua vez, anunciou que as deportações de guatemaltecos dos Estados Unidos foram suspensas até novo aviso após um aumento nos casos de coronavírus entre os expulsos.

Outra frente sensível são as prisões. Dois prisioneiros morreram em um tumulto desencadeado por medo do coronavírus em uma prisão no norte do Peru, após a morte de outro detento pela COVID-19.

No Equador, um prisioneiro morreu onde existem cerca de 1.400 detidos, enquanto na Colômbia três detentos morreram e 20 foram infectados na prisão de Villavicencio, no centro do país.


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