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Estado de Minas

Dez anos após o derramamento de petróleo no Golfo do México, o perigo persiste


postado em 17/04/2020 14:55

Quando a plataforma Deepwater Horizon da petrolífera BP explodiu há dez anos no Golfo do México, causando um derramamento de 750 milhões de litros de petróleo no mar, o dano foi de tal magnitude que um operador de hotel o compara ao desastre que a pandemia de coronavírus está causando agora a nível local.

Em 20 de abril de 2010, a plataforma marinha Deepwater Horizon da empresa britânica explodiu na costa da Louisiana, deixando 11 mortos e o maior derramamento de petróleo da história dos Estados Unidos.

O petróleo se espalhou pelas águas do Texas, Louisiana, Alabama, Mississipi e norte da Flórida, devastando não apenas a vida marinha, mas também as economias costeiras do sudeste do país.

O desastre da pandemia de coronavírus hoje parece "muito familiar" à este, diz Julian MacQueen, fundador do Innisfree Hotels, uma rede de hotéis no noroeste da Flórida e Alabama.

Há 10 anos, após o vazamento, os turistas desapareceram repentinamente e ele teve que demitir cerca de 500 funcionários. Nesta ocasião, demitiu 1.300.

"Não tem ninguém. Normalmente nesta época do ano haveria centenas e centenas de pessoas na praia. Os hotéis teriam uma ocupação de 70 e 80%. Agora, estão em 5%", explica este operador de hotel à AFP em seu confinamento em Pensacola.

- Danos imensos -

Quando a plataforma explodiu, permaneceu o caos. A BP tentou durante meses conter o derramamento, mas o petróleo afetou 2.000 Km de costas. Pelicanos e tartarugas moribundos chegavam às praias cobertos de óleo; golfinhos e baleias ficaram encalhados na areia.

"Os moradores locais vinham à praia e a encaravam, pensando que nunca mais a veriam outra vez", lembra MacQueen.

Especialistas em meio ambiente alertam que o dano causado à vida marinha pelo derramamento ainda persiste e que os Estados Unidos não aprendeu a lição.

Um relatório divulgado nesta semana pela Oceana, uma das maiores ONGs para a conservação dos mares, diz que nos cinco anos seguintes à explosão, a população de baleias Bryde diminuiu 22% e que algumas populações de peixes, camarões e lulas desapareceram em 85%.

Também morreram 800.000 aves, 170.000 tartarugas e mais de 8 milhões de ostras. Estima-se que a indústria da pesca perdeu US$ 1 bilhão e a do turismo mais de US$ 500 milhões.

"O governo estima que até 60 milhões de galões de petróleo permaneçam no meio ambiente", diz o estudo.

O relatório da Oceana alerta que, uma década depois, a perfuração petrolífera offshore continua sendo uma ameaça à saúde, ao ecossistema e à economia.

Critica também os esforços do presidente americano, Donald Trump, para expandir a perfuração de petróleo em alto mar.

"Quando perfuram, derramam", afirma a gerente de campanha da Oceana, Diane Hoskins. "Proteger nosso meio ambiente nunca foi tão importante como agora. O plano do presidente Trump é um desastre que pode ser evitado se nos juntarmos para proteger nossas costas".


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