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Estado de Minas

O insólito mês de abril da ONU em Nova York


postado em 13/04/2020 09:13

Um presidente bloqueado no Caribe, vazamentos em massa durante uma reunião de embaixadores a portas fechadas, videoconferências íntimas: em uma cidade que sofre terrivelmente com a epidemia de COVID-19, a ONU vive um mês de abril especial e sem precedentes.

Em Nova York, as Nações Unidas são uma exceção. A instituição continua operando e, até agora, tem poucas vítimas do novo coronavírus - talvez porque tenha decidido pelo home office antes de a "Big Apple", que se tornou o epicentro da pandemia nos Estados Unidos, decidir imitá-la.

Para situações excepcionais, medidas excepcionais. Um contexto favorável para alguns momentos insólitos:

- Conselho dirigido do Caribe -

A presidência do Conselho de Segurança, integrado por 15 países, alterna todos os meses em ordem alfabética. Depois da China, em março, a República Dominicana assumiu a direção em abril.

Mas havia um problema: o embaixador dominicano, José Singer, não pôde deixar seu país, para onde havia retornado no mês passado para receber instruções, devido ao fechamento das fronteiras.

Singer conseguiu conduzir as discussões do Conselho por videoconferência, e o fez sem problemas. Ou quase: um dia o embaixador foi provocado por seus colegas porque apareceu vestindo roupas "locais" próprias de férias à beira-mar...

- Transparente reunião a portas fechadas -

A primeira sessão do Conselho de Segurança sobre a COVID-19, na quinta-feira, seria realizada sob sigilo "estrito". Muitos ficaram surpresos quando, apenas iniciada, uma foto coletiva dos participantes carregada por uma das missões começou a circular no Twitter.

Outras seguiram o exemplo, assim como partes das intervenções. A AFP recebeu por e-mail o discurso completo do secretário-geral, António Guterres, antes da conclusão da sessão.

"Há mais transparência nas reuniões a portas fechadas", brincou um alto funcionário da ONU.

- Videoconferências aleatórias e íntimas -

A videoconferência se tornou um hábito nas Nações Unidas.

"A imagem é ruim, e o som não é muito bom", mas "nos força a sermos mais breves", disse um embaixador.

"Filmamos vídeos e nos conectamos via WhatsApp, é cansativo", mas "conseguimos fazer nosso trabalho".

Além disso, o aplicativo Zoom, relativamente seguro, é frequentemente usado pelo secretariado e por diplomatas do Conselho para realizar conferências de imprensa, ou briefings informais.

Nesses "briefings", já aconteceu de alguns diplomatas aparecerem em seus quartos, ou terem sido substituídos na tela por uma grande foto de seus parceiros.

- Ratos? -

Apesar do confinamento e fechamento de escolas, museus, teatros e cinemas na cidade, a sede da ONU permanece aberta. Poucos estão indo, desde que em meados de março seus 3.000 funcionários começaram a trabalhar de casa.

Das 11.000 entradas registradas regularmente, o número chegou a um mínimo de 140, segundo dados da ONU.

O secretário-geral, António Guterres, que até o final de março ia todos os dias ao escritório, prefere alternar o trabalho presencial - com uma máscara - com o trabalho remoto de sua residência próxima, com um jardim às margens do East River.

A ONU negou categoricamente o insistente boato de que o porão do prédio foi invadido por ratos.


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