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Estado de Minas

Países do G20 tentam fechar acordo para cortar oferta de petróleo


postado em 10/04/2020 19:01

As negociações entre os ministros da energia dos países do G20 se prolongaram nesta sexta-feira na Arábia Saudita para concluir um acordo sobre uma redução maciça na produção de petróleo, à qual o México se opôs.

Entretanto, um acordo entre os Estados Unidos e o México para ajudar os mexicanos a cumprir a cota de redução exigida pelos produtores parece remover um dos obstáculos ao entendimento global.

Em um comunicado, nesta sexta-feira, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), informou sobre o acordo de redução da oferta mundial de 10 milhões de barris por dia (mbd) em maio e junho.

O compromisso foi obtido em uma reunião que terminou nas primeiras horas dos principais países produtores de petróleo, incluindo a Rússia, que não é membro do cartel, mas é o segundo maior produtor do mundo.

O México, que não é membro da Opep, não aprovou, o ue seria essencial para endossar o acordo na reunião, pois considerou excessivo seu esforço necessário (redução da produção de 400.000 barris por dia) em comparação com outros países.

Horas depois, o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador anunciou ter chegado a um acordo com seu colega dos EUA, Donald Trump, para reduzir a produção de petróleo de seu país.

"O México cortará 100.000 barris e isso significaria que eles têm 250.000 a 300.000 barris a menos. Nós compensaríamos a diferença, eles nos reembolsariam em uma data posterior", disse Trump, acrescentando que alcançar essa meta precisará cortar "alguma produção nos Estados Unidos".

Resta saber se a Opep e seus parceiros aceitarão o acordo entre os Estados Unidos e o México na reunião do G20 de ministros da Energia, organizada pela Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo.

A retirada dos 10 mdb em maio e junho, e após oito mdb de julho a dezembro, ficaria a cargo principalmente da Arábia Saudita e da Rússia, mas pelo menos outros 20 países devem participar do esforço.

- Círculo ampliado -

Alguns meses atrás, o preço do barril estava em torno de 60 dólares, mas no início da semana passada caiu para níveis nunca vistos desde 2002. O preço está abaixo de 21 dólares atualmente.

Por esse motivo, os 13 países da OPEP e seus 10 Estados parceiros, com os quais formam a aliança OPEP+, tentam reagir.

Para organizar essa reunião extraordinária, a Arábia Saudita e a Rússia retomaram o diálogo e encerraram a guerra de preços e de participação de mercado desencadeada após a última cúpula, em 6 de março em Viena: Moscou fechou a porta à Opep e Riade abriu suas comportas e vendeu petróleo a preços baixos para a Europa.

Mas a rápida disseminação do vírus e seu impacto vertiginoso na demanda por petróleo surpreenderam os dois países. O golpe foi particularmente duro porque a oferta mundial já estava excedente antes da pandemia.

Mesmo com o anúncio do acordo, vários analistas duvidam que os cortes acordados farão os preços aumentarem.

"Um corte de 10 mdb em maio e junho impedirá alcançar os limites de armazenamento e os preços não cairão no abismo, mas não restaurará o equilíbrio de mercado", segundo os analistas da Rystad Energy.

Ansiosos por formar a maior coalizão possível, Riade e Moscou expandiram o círculo de participantes da reunião, convidando muitos produtores externos.

Em seu discurso introdutório, o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, aplaudiu a presença de mais nove países, incluindo Canadá e Noruega.

Os Estados Unidos também foram convidados, mas, apesar do envolvimento de Donald Trump em favor de um acordo, seu país não pode participar diretamente das discussões em razão de suas leis antitruste.

O país, que também não é membro da OPEP+, quer uma redução na oferta para estabilizar os preços e dar ar à sua indústria de óleo de xisto, que passa por grandes dificuldades.

Uma nova reunião da OPEP está agendada para 10 de junho "para decidir mais medidas, quantas forem necessárias para equilibrar o mercado".


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