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Estado de Minas

Homens obesos, vítimas frequentes do coronavírus


postado em 10/04/2020 12:19

Por que a COVID-19 afeta gravemente a população masculina obesa?

Nas salas de reanimação de cidades como Paris, Londres e Nova York, os médicos tentam entender esse fenômeno ainda sem respostas.

"Em todas os salas de reanimação na França, é observada uma proporção significativa de pacientes com sobrepeso ou obesidade", destacou o Dr. Matthieu Schmidt, do hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris.

"Três quartos dos nossos pacientes são homens", acrescentou o intensivista à televisão pública francesa.

Uma constatação compartilhada por um cirurgião de Nova York, Dr. Hani Sbitany, do centro do Monte Sinai. "Estou no departamento de emergência e é incrível: eu diria que 80% dos pacientes são homens", explicou ao The New York Times.

Dr. Derek Hill, da University College London, também destaca que "mais homens que mulheres" estão sujeitos a formas graves da doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e que "pacientes com excesso de peso ou com problemas de saúde têm mais riscos".

Segundo as estatísticas britânicas dos pacientes com COVID-19 em terapia intensiva, 73% são homens e 73,4% com sobrepeso ou obesos.

Esses dados estabelecidos em 3 de abril pelo órgão independente ICNARC sugerem que pacientes com excesso de peso têm menor probabilidade de sobreviver nestas unidades: apenas 42,4% dos obesos, ou seja, com índice de massa corporal acima de 30, sobrevivem, comparado a 56,4% daqueles que têm peso médio ou baixo (IMC menor que 25).

O sexo também parece influenciar: 55,4% das mulheres sobrevivem, contra 47,8% dos homens, segundo estudos em 2.200 pacientes em terapia intensiva na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.

- Patologias múltiplas entre os homens -

Por que tantos homens estão entre os casos graves? "É uma constatação. Ainda não temos uma explicação clara", admitiu o Dr. Jean-François Delfraissy, presidente do comitê científico que assessora o governo francês na epidemia, em entrevista à rádio France Info.

Delfraissy considera a possibilidade de que a COVID-19 seja mais cruel com os homens porque eles são vítimas mais frequentes de múltiplas patologias.

Outra hipótese está relacionada ao fato de que as mulheres têm mais defesas naturais contra o vírus, " principalmente antes da menopausa", explicou o Dr. Pierre Delobel, chefe do serviço de doenças infecciosas do centro hospitalar de Toulouse (sul da França).

- Um efeito da nicotina? -

Quanto à quantidade de doentes com sobrepeso, a explicação mais plausível no momento é a de que eles sofrem mais de diabetes e hipertensão, agravantes da COVID-19, como foi claramente concluído na China e na Itália.

Um problema que pode fazer o número de vítimas disparar nos Estados Unidos, onde um em cada três adultos é obeso, e em poucas semanas, o vírus deixou mais de 15.000 mortos.

Diante da nova doença, a medicina se choca com descobertas surpreendentes. "Algo muito especial acontece com o tabaco. Percebemos que a maioria dos casos graves não é de pacientes fumantes, como se ... o tabaco tivesse os protegido contra o vírus através da nicotina", de acordo com o Dr. Delfraissy.

Thibaud Soumagne, médico intensivista no centro hospitalar de Besançon, no leste da França, observou "poucos ou mesmo nenhum tabagista" no serviço de reanimação, fenômeno refletido na literatura médica recente sobre a pandemia.

Mas os especialistas também alertam que, em fumantes com sintomas graves de COVID-19, a cura tende a ser mais difícil devido a sua condição pulmonar e cardiovascular, menos saudável.


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