(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas COVID-19

Do Canadá, palavras de conscientização e solidariedade

Casal de Belo Horizonte que mora em Quebec relata como está passando pela pandemia do coronavírus e recomenda paciência para suportar a crise


postado em 08/04/2020 04:00

Bruno e Priscila moram em Quebec há pouco mais de um ano e estão em quarentena desde 15 de março. Ela perdeu o emprego e ele continua trabalhando de casa. O casal destaca o engajamento das pessoas para ajudar os idosos do país, que são em grande número(foto: Arquivo Pessoal)
Bruno e Priscila moram em Quebec há pouco mais de um ano e estão em quarentena desde 15 de março. Ela perdeu o emprego e ele continua trabalhando de casa. O casal destaca o engajamento das pessoas para ajudar os idosos do país, que são em grande número (foto: Arquivo Pessoal)


Bruno (meu marido) e eu moramos na cidade de Quebec há pouco mais de um ano. Estamos em isolamento desde 15 de março, mas a determinação do governo para a suspensão das atividades econômicas não essenciais (supermercado, farmácia e alguns serviços públicos) foi dada em 18 de março. Milhares de canadenses, e eu me incluo nesse grupo, foram dispensados de seus trabalhos devido a essa determinação. Meu marido e todas as pessoas que conseguem trabalhar de casa continuam com suas atividades normais.

O governo federal e os governos provinciais vêm tomando medidas para aliviar o impacto econômico na sociedade, mas estão claramente muito mais preocupados neste momento em evitar grandes perdas humanas. Não existe uma data determinada para acabar o isolamento e, diariamente, o governo se pronuncia sobre o aumento de casos, óbitos, pessoas em tratamento intensivo e quais novas medidas serão tomadas nos setores econômico e social.

"O governo federal e os governos provinciais vêm tomando medidas para aliviar o impacto econômico na sociedade, mas estão claramente muito mais preocupados neste momento em evitar grandes perdas humanas"

Bruno e Priscila


Os jornais informam a população o tempo todo sobre novas medidas, mas o governo da província tem criado e aprimorado os canais de comunicação sobre a prevenção da COVID-19. Existem números de telefone dedicados para que pessoas que suspeitem ter contraído o vírus possam ligar e obter as orientações iniciais. O governo provincial também destinou uma parte do site oficial para perguntas e respostas sobre a COVID-19. 

Devido ao grande número de idosos na região, o governo solicitou o apoio da população para auxiliar as pessoas do grupo de risco e muitos que perderam seus empregos se candidataram como voluntários para que todos pudessem ter acesso aos alimentos e demandas essenciais. Foram cerca de 12.000 voluntários inscritos somente na província.

"Para nós, só a compreensão e colaboração de cada pessoa pode frear a pandemia"

Bruno e Priscila


Aqui também houve desespero no início para comprar comida e produtos de higiene (a corrida do papel higiênico), mas tudo está se estabilizando agora. Sabemos que ainda não chegamos ao pico, mas a progressão de casos está sob controle. Os pedidos para que fiquemos em casa e que quando precisamos de sair fiquemos a 2 metros de outra pessoa são frequentes. Os estabelecimentos que ainda funcionam tomam medidas severas de higiene e em alguns supermercados não podem entrar mais que 250 pessoas, e têm que lavar as mãos logo na entrada. 

Estamos apreensivos, e quando precisamos sair temos receio de por um momento esquecer e coçar os olhos ou colocar a mão no rosto. Contudo, temos visto que a população em geral tem seguido as recomendações e se isolado. Para nós, só a compreensão e colaboração de cada pessoa pode frear a pandemia. As fronteiras canadenses estão quase totalmente fechadas agora, inclusive com os EUA, onde a crise é sem precedentes. A data para abertura é somente 30 de junho. Esperamos que tudo se acalme antes disso e que possamos aproveitar o verão. Passamos mais de 7 meses do ano com temperaturas negativas, logo, a chegada da primavera, e depois do verão, nos estimula a contribuir para que até lá possamos retomar nossa rotina.

"Acompanhamos daqui a situação no Brasil, mas vemos que ainda falta muita conscientização de todos"

Bruno e Priscila


Acompanhamos daqui a situação no Brasil, mas vemos que ainda falta muita conscientização de todos. Precisamos, sim, seguir as boas práticas dos países que estão se recuperando e ter muita paciência. Quanto antes nos dermos conta disso, menos doloroso será esse período.
 
  • NOME: Priscila Gomes da Silva e Bruno Villani de Carvalho Castro
  • IDADE: 32 e 33 anos
  • PROFISSÃO: analista de relações internacionais e desenvolvedor de sistemas
  • ONDE NASCERAM: Belo Horizonte
  • ONDE MORAM: Quebec Ville, Quebec, Canadá 

Produção de Lilian Monteiro


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)