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Estado de Minas

Brasil ainda tem falta de testes e insumos para enfrentar coronavírus


postado em 04/04/2020 23:25

O Brasil ainda não tem a quantidade suficiente de respiradores, leitos de terapia intensiva, pessoal qualificado e testes diagnósticos para fazer frente à "fase mais aguda" da pandemia do novo coronavírus que se avizinha, destaca um informe do Ministério da Saúde divulgado neste sábado (4).

O país de 210 milhões de habitantes, que até o momento registra 432 mortes e 10.278 contágios de COVID-19, corre contra o tempo para adquirir testes, equipamentos de proteção individual (EPI) para o pessoal de saúde e para aumentar o número de respiradores e leitos disponíveis nos Centros de Terapia Intensiva (CTI) antes de que os cinco estados mais afetadas registrem um aumento drástico de casos, previsto nas próximas semanas.

Até que o abastecimento destes insumos alcance níveis seguros, as autoridades sanitárias não recomendam flexibilizar as medidas de distanciamento social, como defende o presidente Jair Bolsonaro, que avaliou o coronavírus como uma "gripezinha".

Segundo o documento do ministério, que faz uma avaliação da situação no Brasil, os leitos de CTI e de internação não estão corretamente estruturadas nem o número suficiente para a fase mais aguda da epidemia.

Existe, ainda, uma carência de profissionais de saúde capacitados para o manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermaria para o tratamento de pacientes graves de COVID-19.

Brasil tem atualmente capacidade de processar até 6.700 testes por dia nos laboratórios autorizados, mas na fase mais crítica deveria aumentar essa capacidade de 30.000 a 50.000 análises diárias, segundo o informe.

No entanto, as autoridades asseguram que estão trabalhando para aumentar o número de exames e superar os problemas logísticos que retardaram a compra de insumos.

O Brasil, que em 26 de fevereiro se tornou o primeiro país latino-americano com um caso do novo coronavírus, tenta acelerar os preparativos para fazer frente à contagiosa doença, que provocou o colapso dos sistemas de saúde em países como Itália, Espanha e Estados Unidos.

"Talvez essa seja a grande diferença do que vai a acontecer no Brasil com os demais países. Eles não tiveram esse tempo. Tiveram que colocar os leitos, adquirir equipamentos, na fase mais difícil da doença", afirmou neste sábado João Gabbardo, secretário-executivo do Ministério da Saúde durante a coletiva de imprensa diária em Brasília.

"Nós tivemos tempo, conseguimos comprar parte dos EPIs (embora nem todos os que são necessários), conseguimos aumentar bastante o número de leitos, vamos aumentar ainda mais", acrescentou.

De forma geral, a transmissão ainda se encontra em uma "fase inicial" no Brasil, mas o ministério estima que os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas e o Distrito Federal entrarão logo em uma fase de "aceleração" do número de casos.

Por isso, as autoridades federais recomendam manter as medidas de distanciamento social para diminuir ao máximo a curva de contágios e dar tempo a que os centros de saúde estejam equipados para enfrentar a demanda.


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