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Estado de Minas COVID-19

EUA bate recorde de óbitos por COVID-19, que já matou mais de 40 mil na Europa

Estados Unidos superaram a Itália em número de mortes em um dia, enquanto a Espanha ultrapassa italianos no número de infectados


postado em 04/04/2020 04:00 / atualizado em 03/04/2020 22:15

Olhar desolado do morador do Queens, em Nova York, cidade com o maior número de infectados e mortos pela COVID-19(foto: Spencer Platt/AFP)
Olhar desolado do morador do Queens, em Nova York, cidade com o maior número de infectados e mortos pela COVID-19 (foto: Spencer Platt/AFP)

Com 1.169 vítimas em apenas 24 horas, de quarta para quinta-feira, os Estados Unidos bateram um triste recorde durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2): ultrapassaram a Itália (969 óbitos) como o país que mais registrou mortos em apenas um dia. Na Europa, o coronavírus já matou mais de 41 mil pessoas, mais de dois terços na Itália, Espanha e França, que ontem registrou 1.120 óbitos.

O novo coronavírus provocou ao menos 57.474 mortos no mundo desde que surgiu, em dezembro, segundo um balanço divulgado na tarde de ontem. Desde o começo da epidemia foram contabilizados 1.082.470 casos de contágio em 188 países ou territórios. O número de casos diagnosticados positivos apenas refletem uma parte da totalidade de contágios por causa das políticas diferentes entre os países no que se refere ao diagnóstico dos casos, já que alguns só aplicam testes aos que precisam ser hospitalizados.

As autoridades consideram que até agora, ao menos 205.400 pessoas se curaram da doença. De quinta-feira até a tarde de ontem, foram registradas 5.757 mortes e 82.440 contágios em todo o mundo, sendo que em 24 horas os países com o maior número de mortes foram a França, com 1.120 novos óbitos, Estados Unidos (1.092) e Espanha (932).

A quantidade de mortos na Itália, que registrou sua primeira morte por vírus no fim de fevereiro, chegou a 14.681. O país registrou 119.827 contágios. Desde quinta, foram registradas 766 mortes e 4.585 novos contágios. As autoridades italianas consideram que 19.758 pessoas ficaram curadas. Depois da Itália, os países mais afetados são a Espanha, com 10.935 mortos e 117.710 casos, os Estados Unidos com 6.699 mortos e 261.438 casos, seguido da França, com 6.507 mortos e 83.165 casos, e do Reino Unido, com 3.605 mortos e 38.168 casos.

A China continental, sem contar com Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no fim de dezembro, tem um total de 81.620 pessoas contagiadas, das quais 3.322 morreram e 76.571 se curaram totalmente. Ontem, em 24 horas, 31 novos casos e quatro mortes foram registrados.

Desde o começo da epidemia, a Europa soma 41.985 mortos (com 587.386 casos), os Estados Unidos e o Canadá tinham 6.865 mortos (e 273.199 casos), a Ásia contabilizava 4.082 mortos (e 114.493 casos), o Oriente Médio tinha 3.451 mortos (e 67.739 casos), a América Latina e o Caribe tinham juntos 735 mortos (e 25.839 casos), seguidos de África com 323 mortos (e 7592 casos) e Oceania, com 33 mortos (e 6.228 casos). Esse balanço foi realizado usando dados das autoridades nacionais reunidos pelos escritórios da AFP e com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

EUA

Nos Estados Unidos, onde ainda existem governadores que não decretaram medidas de confinamento, a tensão aumenta. Além das 2.261 mortes registradas nos dois últimos dia e dos quase 261 mil afetados, Washington tem outro desafio que pode causar uma depressão econômica: o desemprego. Em duas semanas, quase 10 milhões de americanos solicitaram seguro-desemprego, e ontem foi relatado que a taxa oficial subiu de 3,5% para 4,4% em um mês, de fevereiro a março.

SOLIDARIEDADE

Na Alemanha, as medidas de restrição também começam a surtir efeito, segundo o governo. Os números dão "esperança", mas ainda é "muito cedo" para suavizar as medidas, disse a chanceler Angela Merkel. Se o coronavírus testa o sistema federativo nos Estados Unidos, na UE desafia a solidariedade entre países. O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, disse ontem que a União Europeia deve ativar o fundo de resgate do Mecanismo Europeu de Estabilidade para apoiar os Estados, cujas economias são mais afetadas pela crise do coronavírus. Espanha e Itália pressionam pela emissão de dívida europeia, os chamados "coronabonos", que a Alemanha e a Holanda rejeitam.

Na Grã-Bretanha, o governo conclui a construção de um gigantesco hospital de campanha com 4 mil leitos. O primeiro-ministro Boris Johnson, que deu positivo, permanecerá convalescente por mais uma semana, embora esteja no comando de seu gabinete. A rainha Elizabeth, 93 anos, abordará a nação amanhã, pela quarta vez em seu reinado de 68 anos.

SEM PIEDADE

Diante da pandemia, os países organizam e enfrentam, da melhor maneira possível, a escassez de material e as exigências de segurança não apenas das equipes de saúde, mas também de outros setores econômicos que devem continuar funcionando. A concorrência desencadeada por essa situação é implacável.

"Os mercados de suprimento de coronavírus estão entrando em colapso", disse o professor Christopher R. Yukins, da Universidade de Washington, em uma videoconferência. Os compradores não são apenas governos, mas regiões, empresas, até legisladores que vão a fábricas, pontos de distribuição, dispostos a levar máscaras, equipamentos médicos, o que for, pagando em dinheiro e pelo preço que pedem. "Nossos cônsules que vão às fábricas chinesas encontraram colegas de outros países que queriam passar por cima dos nossos pedidos. Eles tinham mais dinheiro. Cada remessa é uma briga", explicou o deputado ucraniano Andrii Motovylovet, via Facebook.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o francês Emmanuel Macron pediram "maior cooperação" dentro da ONU. Paradoxalmente, o coronavírus reduziu os confrontos em cenas de guerra como a Síria ou o Iêmen. Nesses países, agora por causa do coronavírus, "o pior ainda está por vir", alertou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. Na Líbia, um país devastado pela guerra civil, a primeira morte foi registrada pela COVID-19. Também foi registrado um caso em Beni, onde surgiu a epidemia de Ebola, na República Democrática do Congo.

TESTEMUNHOS COMOVENTES

O coronavírus confinou metade da humanidade e os contágios já excederam um milhão de casos. Por trás disso, há o exército invisível daqueles que não apresentam sintomas, mas que podem espalhar a doença. A pandemia desencadeia testemunhos comoventes.

Na Espanha, uma mãe infectada deu à luz e ainda não foi capaz de tocar seu bebê sem luvas, do qual ficou fisicamente separada por 10 dias. "Ele agarra seu dedo, coitado, e ele agarra o plástico. Mas é um dia a menos, tem que pensar assim para não ficar deprimido", descreve Vanesa Muro.

Na cidade equatoriana de Guayaquil, a saturação dos serviços funerários fez com que os mortos fossem transportados pelas próprias famílias em carros particulares ou ficassem por horas em casa. Mas na luta diária há vislumbres de esperança. Os cientistas experimentam coquetéis de drogas e fazem testes em larga escala. Diana Berrent, de Nova York, doou seu plasma, que contém anticorpos valiosos. "Podemos ser os que correm em direção ao fogo, usando o uniforme de proteção que nosso corpo criou. É uma ocasião incrível", explica essa mulher de 45 anos.

A China, onde surgiu o surto, fará três minutos de silêncio hoje em homenagem àqueles que perderam a vida por essa pandemia. Na cidade de Wuhan, a drástica quarentena começou a ser suspensa: a circulação recomeça e as lojas gradualmente abrem suas portas. Em Buenos Aires, os idosos ficaram em longas filas diante dos bancos, no primeiro dia de atenção pública exclusiva desde que o isolamento social obrigatório do novo coronavírus foi decretado em 20 de março.


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