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Estado de Minas

Petróleo dispara após intervenção de Trump na guerra de preços entre Moscou e Riade


postado em 02/04/2020 17:25

Afetado pela fraca demanda devido ao coronavírus e excesso de oferta devido à rivalidade entre Arábia Saudita e Rússia, o petróleo disparou nesta quinta-feira (2), quando Donald Trump anunciou um polêmico possível acordo entre os dois países, mais tarde esfriado pelo Kremlin.

"Acabo de falar com meu amigo MBS (Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro) da Arábia Saudita, que falou com o presidente (russo, Vladimir) Putin", tuitou o presidente dos Estados Unidos.

E, sugerindo que haviam chegado a um acordo para acabar com a guerra de preços, ele disse: "Espero que reduzam sua produção em cerca de dez milhões de barris, talvez muito mais".

"Poderia chegar, inclusive, a 15 milhões de barris. Boa (excelente) notícia para todos!"

Imediatamente no mercado de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em junho disparou para 36,29 dólares, 35% a mais do que no fechamento de quarta-feira.

E o mesmo subia em Nova York, o barril do WTI para entrega em maio chegou a 27,39 dólares.

No entanto, Trump não deu detalhes sobre esses números. O Kremlin negou que houvesse uma conversa desse tipo entre o presidente russo e o príncipe herdeiro saudita e garantiu que "no momento" não estava prevista.

Assim, no final desta quinta-feira, o barril de WTI para entrega em maio subiu quase 25%, para US$ 25,32. E o barril Brent do Mar do Norte para entrega em junho subiu 21%, para US$ 29,94 em Londres. Para os dois barris, esse é o maior aumento percentual em um dia em sua história.

"O tuíte de Donald Trump foi talvez prematuro", disse Edward Moya, analista da Onada, já que os preços do petróleo perderam a força no mercado, embora tenham mantido ganhos entre 20% e 23% após as quedas dos últimos dias.

Devido a medidas de confinamento que deixaram metade da população em casa e uma superprodução, o petróleo caiu na segunda-feira para o nível mais baixo desde 2002.

- Encontro "urgente" da OPEP+ -

Em paralelo e referindo-se a uma "solicitação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump", o regime de Riad convocou uma reunião "urgente" da OPEP +, como é conhecido o grupo que reúne membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e outras nações lideradas por Moscou.

O objetivo, afirmou a agência oficial de notícias saudita SPA, é alcançar um "acordo justo que restabeleça o equilíbrio dos mercados de petróleo".

Em reunião da OPEP + no mês passado, a Rússia - o segundo produtor mundial - recusou-se a paralisar a produção de petróleo para compensar a queda brutal na demanda causada pela pandemia de coronavírus que, entre outras coisas, deixou aviões em terra devido a restrições de viagem.

Diante da recusa de Moscou, Riade respondeu baixando vigorosamente seus preços e aumentando sua produção diária a níveis recordes para sufocar o rival, causando um terremoto nos mercados com uma queda brutal.

A guerra de preços atinge diretamente os produtores americanos, especialmente os especializados na extração dispendiosa de óleo de xisto. E Trump já havia se declarado pronto para intervir.

O presidente dos EUA não explicou os números mencionados, sem especificar se seriam reduções diárias.

Um corte de 10 milhões de barris por dia significaria um grande revés para a Rússia e a Arábia Saudita.

Segundo o último relatório mensal da OPEP, Moscou e Riad extraíram em fevereiro, respectivamente, 10,7 milhões de barris e 9,8 milhões de barris por dia (Riad).

No entanto, a Arábia Saudita anunciou recentemente sua intenção de aumentar sua produção para mais de 12 milhões de barris por dia em abril.


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