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Estado de Minas

G20 promete 'frente comum' contra coronavírus, que já matou 22.000 pessoas

Reunidos em uma cúpula virtual sobre o coronavírus, os líderes do G20 prometeram se unir em uma 'frente unida' e garantiram que injetariam 5 bilhões de dólares na economia mundial para combater a crise.


postado em 26/03/2020 14:19 / atualizado em 26/03/2020 16:53

Divulgação/AFP(foto:
Divulgação/AFP (foto: "Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, participa de uma videoconferência com outros líderes do G20)
Os líderes dos 20 países mais industrializados do mundo se reúnem nesta quinta-feira em caráter de emergência para enfrentar conjuntamente a crise mundial provocada pelo novo coronavírus, que já provocou mais de 22.000 mortes e obriga 3 bilhões de pessoas em todo o planeta ao confinamento.


A doença se propaga pelo planeta a toda velocidade e a situação se torna dramática na Europa, onde a Espanha ultrapassou as 4.000 mortes e os hospitais de Londres estavam recebendo um "tsunami de doentes".


Reunidos em uma cúpula virtual sobre o coronavírus, os líderes do G20 prometeram se unir em uma "frente unida" e garantiram que injetariam 5 bilhões de dólares na economia mundial para combater a crise.


"Estamos injetando mais de US$ 5 trilhões na economia mundial para combater os impactos sociais, econômicos e financeiros da pandemia", relataram os líderes em comunicado conjunto.


Apesar de medidas de confinamento sem precedentes serem tomadas por vários países, afetando mais de um terço da população do planeta, o Covid-19 "está ameaçando toda a humanidade", alertou a ONU.


A nível global, o número de infectados se aproxima de meio milhão de pessoas, com mais de 250.000 oficialmente declarados na Europa, mais da metade apenas na Itália (74.386) e Espanha (56.188).


A situação também está piorando no estado de Nova York, cujo governador Andrew Cuomo anunciou que o número de mortos subiu para 385, 100 deles nas últimas 24 horas.


- Sinais alentadores -


Na Europa, a batalha está no auge. Mas "apesar do fato de a situação continuar preocupante, estamos começando a ver sinais alentadores", disse a filial regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).


O aumento de casos na Itália, o país mais atingido do mundo, com mais de 7.500 mortes, parece estar diminuindo, "mas é muito cedo para dizer que a pandemia atingiu seu pico no país", acrescentou.


Na Espanha, o saldo foi nesta quinta-feira de 56.188 infecções e 4.089 mortes, 655 a mais que no dia anterior. Com muitos hospitais sobrecarregados, a equipe médica enfrenta situações extremas.


"Eu tenho que escolher. Estão morrendo pessoas que podem ser salvas", diz Sara Chinchilla, pediatra de 32 anos que trabalha em Móstoles, perto de Madri, e que é forçada a escolher quem pode ir para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).


No Reino Unido cresce o alerta pelo novo coronavírus, com um "tsunami contínuo" de pacientes nos hospitais públicos de Londres enquanto falta um número "sem precedentes" de médicos, porque muitos estão infectados.


O confinamento global, que inclui nesta semana os 1,3 bilhão de habitantes da Índia, foi reforçado nesta quinta-feira na Rússia, onde voos internacionais foram suspensos enquanto cafés, lojas e parques em Moscou foram fechados.


- Desemprego nos EUA -

Nesse contexto de confinamento, a economia mundial desaba. Nos Estados Unidos, os pedidos semanais de seguro-desemprego dispararamcom aumento de 3 milhões, um recorde, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.


A taxa de mortalidade pelo vírus, que apareceu na China em dezembro, continua a crescer e os Estados Unidos já são o sexto país mais afetado no mundo, com quase 1.050 mortes e 70.000 casos confirmados, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.


Diante dessa situação, o Senado aprovou na última quarta-feira um plano de resgate para a economia americana de 2,2 trilhões de dólares, o que inclui um aumento sem precedentes no seguro-desemprego para tentar amortecer o golpe até que a pandemia esteja sob controle.


A América Latina, com mais de 7.837 casos e 127 mortes, também aplica medidas drásticas: fechamento de fronteiras, confinamentos obrigatórios e toque de recolher em alguns países.


A Argentina lançou uma corrida contra o tempo para fortalecer sua capacidade de resposta ao Covid-19. Além de declarar isolamento obrigatório para seus 44 milhões de habitantes desde sexta-feira passada, o país está focado na aquisição de leitos e equipamentos de terapia intensiva.


Em Santiago do Chile, supermercados, farmácias e lojas de serviços públicos de sete municípios acordaram nesta quinta-feira com grandes multidões de pessoas com pressa para fazer compras ou procedimentos, antes do início de uma quarentena.


"Temos medo não apenas de ficar sem comida, mas de que as regras de quarentena mudem e que não possamos sair", disse Alberto Sierra, venezuelano de 38 anos que estava na fila de um supermercado.


Na África, pouco preparados para enfrentar uma grande crise de saúde, os primeiros casos continuam a aparecer em novos países, como Mali ou Líbia, países em guerra.


As ONGs estão fazendo todo o possível para retardar a propagação do vírus para evitar uma catástrofe nesses países, com sistemas de saúde insuficientes ou que já são atormentados por conflitos ou crises humanitárias.


O efeito devastador do coronavírus nesses países foi demonstrado na quinta-feira, quando as Filipinas anunciaram a morte de nove médicos pela doença e temem sua expansão em grandes cidades como Manila.


O Afeganistão anunciou a libertação de até 10.000 prisioneiros, menores de idade, mulheres, doentes ou com mais de 55 anos, que não estão envolvidos em ataques contra a segurança nacional, para tentar impedir um aumento maciço de infecções.


"Jogar baralho é suicídio"


Na China, onde surgiu o Covid-19, a epidemia parece estar diminuindo, mas as autoridades não estão baixando a guarda e agora concentram seus controles na frente exterior.


Pequim limitará drasticamente a chegada de voos internacionais e proibirá, a partir da meia-noite de sábado, a entrada no país de estrangeiros, incluindo aqueles com autorização de residência ou visto.


A China não detectou oficialmente novos casos de coronavírus por contágio interno nos últimos dois dias. Entretanto, os contágios de pessoas vindas do exterior já estão perto de 500, e as autoridades querem evitar surtos.


Em algumas cidades da província de Hubei, onde tudo começou, a atividade é retomada lentamente.


Nas ruas de Huanggang, muitos pôsteres lembram que o vírus não desapareceu. "Reunir-se para jogar baralho é suicídio", diz uma das bandeiras vermelhas penduradas, referindo-se a uma das atividades favoritas dos aposentados chineses.



 


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