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Estado de Minas

Governo de Kosovo cai em plena pandemia do novo coronavírus


postado em 25/03/2020 21:37

O governo de coalizão que comanda o Kosovo há menos de dois meses caiu nesta quarta-feira (25) por um voto de censura, o desenlace de uma luta interna que priva o território pobre de um Executivo em meio à pandemia do coronavírus.

A moção de censura foi apresentada pelo partido minoritário da coalizão governamental liderada pelo primeiro-ministro, Albin Kurti, líder do partido nacionalista de esquerda Vetevendosje, que chegou ao poder com a promessa de pôr fim ao domínio das elites, acusadas de corrupção.

Depois de 12 horas de debate, a moção de censura apresentada pela LDK, de centro-direita, obteve 82 de 120 votos.

Há dias, muitos moradores da antiga província sérvia, onde os serviços de saúde carecem de recursos, realizam panelaços nos terraços para protestar contra a crise política.

Na abertura da sessão, um manifestante desafiou o toque de recolher decretado devido ao novo coronavírus para estender um cartaz em frente ao Parlamento, que dizia: "A pandemia mais perigosa para o Kosovo é a política. Vocês são uma vergonha!"

O primeiro-ministro e seus partidários dizem ser vítimas das manobras do presidente Hashim Thaci, ex-guerrilheiro e figura central da política kosovar desde a guerra de independência de 1998-99.

Os veteranos da independência do PDK foram derrotados nas eleições legislativas de outubro, mas o mandato de seu líder, o presidente Thaci, dura até 2021.

Albin Kurti acusou o presidente de ter orquestrado a crise política para concluir um projeto, apoiado pelos Estados Unidos, para o intercâmbio de território com a Sérvia.

Segundo a imprensa local, este projeto representaria uma modificação das fronteiras entre Kosovo e Sérvia, que nunca reconheceu a independência de sua antiga província, proclamada em 2008.

Albin Kurti se opõe categoricamente a esta possibilidade, assim como rejeita se submeter à intensa pressão de Washington para suspender completamente as taxas de 100% impostas aos produtos sérvios, o principal obstáculo para a retomada do diálogo com Belgrado.

São desconhecidas as consequências da moção de censura que fez cair um governo formado em fevereiro, após meses de negociações.

Segundo a Constituição, o presidente poderia dar a Albin Kurti ou a um representante da LDK um novo mandato para formar governo ou dissolver o Parlamento, o que levaria a eleições antecipadas.

A LDK optou pela moção de censura para protestar contra a destituição de um de seus ministros por parte de Albin Kurti.


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