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Estado de Minas

Cortes de água na Síria aumentam risco de epidemia


postado em 23/03/2020 18:55

Centenas de milhares de pessoas no nordeste da Síria, em guerra, podem contrair o novo coronavírus, principalmente devido à falta de água, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta segunda-feira (23).

Por vários dias, a estação de abastecimento de água Aluk em Ras al Ain, cidade localizada na fronteira turca e controlada por Ancara e suas forças de apoio sírias, não envia mais água para áreas controladas por forças curdas.

A Turquia decidiu parar de fornecer água para essa área no domingo, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

A estação de Aluk forneceu água para cerca de 460 mil pessoas, incluindo moradores da cidade de Hasakeh e do campo de deslocados internos de Al Hol, onde vivem milhares de parentes de combatentes do grupo jihadista Estado Islâmico (IS).

"A interrupção da distribuição de água, em meio a esforços para espalhar o novo coronavírus, coloca crianças e famílias em risco inaceitável", afirmou Fran Equiza, representante da Unicef na Síria.

As instalações relacionadas aos recursos hídricos "não devem ser usadas para obter receitas militares ou políticas", lamentou.

Com o anúncio de um primeiro caso de coronavírus na Síria, cresceu o medo de uma possível catástrofe de saúde no país, em guerra desde 2011.

As autoridades curdas alertam que as regiões sob seu controle não estão suficientemente equipadas para lidar com uma possível propagação da pandemia.

"O risco de uma explosão epidêmica aqui é muito alto", disse Mazlum Abdi, chefe das Forças Democráticas da Síria, uma aliança de combatentes dominados pelos curdos.

Abdi lembrou que os habitantes devem ficar em casa.

No noroeste da Síria, a região de Idlib, cenário nos últimos meses de uma ofensiva do governo Bashar al-Assad e da força aérea russa, também é impotente diante da pandemia, com quase um milhão de pessoas deslocadas, disse segunda-feira o Organização Mundial da Saúde (OMS).

A guerra na Síria devastou a infraestrutura do país e deixou mais de 380 mil mortos e milhões de deslocados desde 2011.

No final de 2019, menos de dois terços dos hospitais do país estavam operacionais, enquanto 70% do pessoal médico antes da guerra fugiu do país, segundo a OMS.


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