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Estado de Minas

Gigantesca população de sem-teto da Califórnia, mais vulnerável ao coronavírus


postado em 23/03/2020 18:13

A população de pessoas sem-teto da Califórnia é das mais vulneráveis à Covid-19 e as autoridades lutam para evitar a propagação do vírus nesta comunidade, pois poderia ser impossível de controlar.

O novo coronavírus já infectou mais de 1.400 pessoas no estado, que é a quinta economia do mundo e o mais populoso dos Estados Unidos, com cerca de trinta mortos, incluindo um pessoa em condição de rua.

"Acho que há um medo e uma ansiedade consideráveis, especialmente para aqueles de nós que nos preocupamos profundamente pelos que são não só os mais vulneráveis, como os mais suscetíveis", disse o prefeito de Los Angeles, Eric Garcetti, no começo desta semana, durante audiência de emergência em uma corte federal em um caso relacionado com a crise das pessoas sem teto.

"Mais vulneráveis porque é muito mais provável que tenham condições de saúde subjacentes", que tornam o vírus mais perigoso.

A população de sem-teto na Califórnia passa de 150.000 pessoas, a mais alta dos Estados Unidos. Do total, 60.000 vivem no condado de Los Angeles.

O governador Gavin Newsom anunciou esta semana um fundo de 150 milhões de dólares para protegê-los: dois terços destes fundos vão para governos locais para apoiar abrigos e o restante para comprar caravanas e alugar quartos de hotel.

"Ajudar estes residentes é fundamental para proteger a saúde pública, achatar a curva e frear a propagação da Covid-19", disse Newsom.

- "Afetaria todos" -

Embora se reporte até agora uma única morte relacionada com o vírus entre os sem-teto da Califórnia, ativistas e especialistas advertem que é provável que as cifras disparem à medida que o vírus se espalha.

"Estamos trabalhando arduamente para manter as pessoas seguras e nossos serviços intactos", disse Georgia Berkovich, porta-voz do The Midnight Mission, uma ONG situada perto do bairro Skid Row, em Los Angeles, que tem a maior concentração do país de pessoas que vivem e dormem em calçadas.

Berkovich disse que houve um aumento significativo no número de pessoas sem teto que comem ali.

"Tipicamente, nesta época do mês, serviríamos aproximadamente 400 pessoas durante o almoço", disse à AFP. "Mas estamos vendo mais de 800 pessoas agora e mais de 900 no jantar".

Berkovich advertiu que à medida que outras ONGs e igrejas da região reduzem seus serviços alimentares devido às restrições relacionadas com o vírus e as ordens de permanecer em casa, a população sem casa ficará ainda mais vulnerável.

A escassez no abastecimento de desinfetantes, luvas descartáveis e contêineres dificulta mais sua operação.

"Se este vírus afetar a nossa comunidade de desamparados, afetará todos", disse Berkovich. "Não posso nem imaginar, se tivermos um caso na nossa comunidade, como se espalharia rápido".

- Governo "lento" -

Garcetti disse na sexta que foram fornecidas mais de mil camas em oito refúgios esta semana e que esperava que se habilitassem mais camas durante o fim de semana em outros 13 centros.

Mas algumas famílias de sem-teto decidiram não esperar pelo governo e passaram à ação por conta própria, ocupando propriedades do estado que estão vagas.

Martha Escudero, de 42 anos, mudou-se para uma casa vazia de dois quartos no bairro de El Sereno, a leste de Los Angeles, na semana passada, para manter seguras suas duas filhas pequenas durante a pandemia.

Outras famílias ocuparam residências similares de propriedade estadual na vizinhança.

Escudero, que trabalha como cuidadora, disse que nos últimos 18 meses vive com familiares e amigos porque não consegue custear um moradia em Los Angeles, com aluguéis caríssimos.

"Esta pandemia é uma crise mundial e o governo age muito lentamente para oferecer recursos às pessoas", disse à AFP.

"Os mais vulneráveis são os que estão na rua e precisam poder manter sua higiene, especialmente agora que os parques, academias de ginástica e bibliotecas (onde em épocas normais poderiam se assear) estão fechados".


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