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Estado de Minas

Comunidade estrangeira em Hong Kong, dividida sobre a resposta ao coronavírus


postado em 23/03/2020 09:25

À medida que o número de casos de coronavírus em Hong Kong aumenta, cresce a polêmica entre a comunidade estrangeira deste enclave chinês devido à atitude de alguns de seus membros, que parecem não levar a sério as medidas contra a pandemia.

Apesar de sua proximidade com a China continental, este centro financeiro internacional conseguiu evitar um grande número de casos, graças ao comportamento das pessoas, que usam máscaras, lavam as mãos e respeitam as medidas de isolamento social.

No entanto, nas últimas duas semanas, o número de casos dobrou, para 318, depois que habitantes de Hong Kong e estrangeiros chegaram ao território em fuga da pandemia na Europa e na América do Norte.

A maioria das novas infecções são de estudantes que fugiram das escolas e universidades no exterior.

Além disso, a imprensa local publicou fotos de bares e restaurantes cheios de clientes, especialmente nos bairros frequentados por funcionários de grandes empresas internacionais.

Uma atitude que irritou muitos que fecharam suas portas no início da epidemia e agora veem que esse esforço para controlar a pandemia pode ser em vão.

Na semana passada, Hong Kong ordenou quarentena para quem chegar do exterior e, nesta segunda-feira, decidiu finalmente proibir a entrada de não-residentes a partir de quarta-feira, na tentativa de conter a disseminação de casos estrangeiros importados.

Gary Stokes, proprietário do bar Hemingway, localizado no bairro Discovery Bay, fica furioso ao ver alguns de seus clientes que acabam de voltar da Europa, mas que não estão confinados em suas casas.

"Eles dizem 'me sinto bem, então não preciso me confinar'. É muito perigoso", reclama à AFP.

Depois de ver um cliente que se orgulhava de não estar em quarentena, Stokes postou uma mensagem no Facebook avisando que alertará a polícia se as regras não forem seguidas.

"Esses expatriados decidiram fugir quando não gostaram do que estava acontecendo em Hong Kong, e quando isso acontece em seus países, voltam correndo para cá", diz ele.

- Excesso de zelo? -

Os estrangeiros representam cerca de 9% dos sete milhões de pessoas de Hong Kong.

Embora nem todos sejam ricos ou sejam funcionários de grandes empresas, tendem a viver um pouco diferente do que as pessoas naturais de Hong Kong, e alguns parecem não se sentir compelidos a usar uma máscara.

Na semana passada, o jornal Apple Daily publicou na capa uma foto de um grupo de estrangeiros bebendo juntos na rua, o que provocou polêmica nas redes sociais.

Alguns temem, no entanto, que as críticas aos estrangeiros estejam indo longe demais.

"Na minha opinião, as pessoas pecam por excesso de zelo", disse Kate Mercury, uma neozelandesa de 40 anos que está em Hong Kong há mais de 10 anos e acaba de voltar de uma viagem a Doha.

Vários casos de contágios foram descobertos na semana passada em um grupo de pacientes que estiveram em Lan Kwai Fong, um distrito conhecido por sua vida noturna, e houve pedidos para fechar completamente bares e restaurantes.

Um fotógrafo da AFP visitou a área no sábado à noite e as ruas estavam praticamente desertas.

Elizabeth Loennborn, uma mulher de 44 anos do Texas que vive em Hong Kong há nove anos, critica os estrangeiros que não cumprem as medidas de precaução. Seu filho tem uma doença pulmonar que o torna especialmente vulnerável ao novo coronavírus.

"É colocar sal na ferida, ser expatriado e andar sem máscara e sem tomar as precauções que uma pessoa de Hong Kong tomaria", disse à AFP, criticando a "arrogância" de alguns.

Loennborn fez um apelo no Facebook nesse respeito, embora alguns tenham a chamado de "nazista".

"Acho que não é pedir muito para alguém pausar sua vida social por duas semanas e se colocar em quarentena em casa se isso vai salvar uma vida", opina.


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