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Estado de Minas

Uefa diante de um quebra-cabeça com possibilidade de adiamento da Eurocopa


postado em 16/03/2020 16:37

Calendário sobrecarregado, limitações logísticas e econômicas: a Uefa terá que enfrentar um verdadeiro quebra-cabeça ao decidir um possível adiamento da Euro-2020, uma questão que será debatida nesta terça-feira em meio à nova pandemia de coronavírus.

- Qual margem de decisão? -

A menos de três meses da partida de abertura do torneio (de 12 de junho a 12 de julho), a confederação europeia está contra a parede e terá que ponderar sobre o que está em jogo financeiramente e as obrigações relativas à Saúde e ao Esporte.

Por um lado, há um imperativo de saúde pública, com a impossibilidade de organizar uma competição de futebol em um momento em que qualquer concentração de pessoas pode acentuar a propagação da doença.

É também um torneio com um formato sem precedentes, realizado em 12 países europeus ao mesmo tempo, em um momento em que os controles nas fronteiras voltaram a ser realizados e foram até fechados.

Por outro lado, manter a competição provocaria um confronto com as ligas da Europa, para quem é "essencial" que os campeonatos nacionais, atualmente suspensos, "possam terminar esta temporada", segundo a associação de Ligas Europeias.

Além disso, será necessário, sem dúvidas, concluir a Liga dos Campeões, principal fonte de renda da Uefa, e a Liga Europa, que também foi suspensa nas oitavas de final.

Obviamente, todas as hipóteses estão sobre a mesa, começando com o adiamento, mas também a possibilidade de alterar o formato, incluindo a sede, de acordo com uma fonte próxima ao órgão consultada pela AFP no fim de semana passado.

"Adiar a Eurocopa por um ano me parece de longe a melhor solução, inclusive a única", disse à AFP Jacques Lambert, chefe do comitê organizador da Euro-2016, realizada na França. "A situação é extremamente evolutiva e continuará sendo, a Uefa não estará em uma situação melhor dentro de três semanas ou um mês para decidir", acrescentou.

- Os principais problemas -

Primeira dificuldade: as cidades organizadoras e a sede dos estádios. "Existe um aspecto contratual importante. Os contratos foram assinados com os estádios e a Uefa precisará confirmar se eles ainda estão disponíveis (em uma data futura). A questão é a mesma para os locais de concentração das equipes, reservados há dois ou três anos", explica Lambert, para quem, apesar de tudo "não há nada insuperável em vista do que está em jogo globalmente".

Outro grande problema é o dos ingressos. A Uefa se vangloriava há algumas semanas atrás de ter recebido mais de 28 milhões pedidos de ingressos para a competição planejada para ocorrer em 12 países de todo o continente, um recorde. Certamente terá que se preparar para outro recorde: o de cancelamentos e, portanto, de reembolsos.

"Aguardo anúncios da Uefa sobre ingressos e as reservas não modificáveis de voos e hotéis", insiste Fabien Bonnel, porta-voz do 'Irrésistibles Français', grupo de torcedores dos 'Bleus'.

Por fim, a confederação europeia dificilmente poderá deixar as televisões de lado na tomada de decisões, que na Euro 2016 contribuíram com um total de 110 milhões de euros em direitos de transmissão, segundo dados publicados pela imprensa.

Quanto aos contratos com os patrocinadores, "raramente são pontuais, mas a longo prazo; portanto, o fato de adiar a Eurocopa, embora lamentável, não provocaria um terremoto no marketing", diz Jérôme Neveu, dirigente da agência de marketing Advent.

- Qual solução e para quando? -

Um adiamento para o verão (europeu) de 2021, exatamente para a data reservada para a Euro feminina (de 7 de julho a 1° de agosto na Inglaterra), exigiria uma organização maior para realizar os torneios continentais, em parte, simultaneamente... e até no mesmo local, já que Londres recebe vários jogos da competição masculina, especialmente as semifinais e a final.

Além disso, a Copa do Mundo Sub-21 também está marcada para junho na Hungria e na Eslovênia.

Também seria necessário negociar com a Fifa e com seu presidente Gianni Infantino, determinado a lançar em junho de 2021 a primeira edição da nova Copa do Mundo de Clubes, com 24 equipes, na China.

Quanto ao adiamento para o inverno (europeu) de 2020, isso interromperia o cronograma da temporada 2020-2021. Será difícil convencer as Ligas nacionais, que sofrerão enormes perdas financeiras com essa crise.

E por fim, a conta a ser paga terá que ser assinada. "Mesmo que existissem contratos extremamente sofisticados com seguradoras, cobrindo um máximo de eventualidades, o certo é que as consequências econômicas de um adiamento serão enormes", de acordo com Jacques Lambert, embora ele ressalte que "a receita de uma Eurocopa é grande o suficiente para cobri-las".


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