O Federal Reserve (Fed) cortou neste domingo de forma surpreendente sua taxa de referência, em um ponto, situando-a entre 0 e 0,25%, devido às consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus, anunciou o banco central americano em comunicado.
"Os efeitos do coronavírus pesarão sobre a atividade econômica a curto prazo e trarão riscos para as perspectivas econômicas", diz o texto. O Fed esclareceu que manterá a taxa dentro deste intervalo até o fim da crise.
Apenas um participante da reunião, Loretta J. Mester, presidente do Fed de Cleveland, votou contra a resolução e se mostrou favorável a uma redução menos severa.
O Fed participou, ainda, de uma ação conjunta em nível mundial para garantir liquidez suficiente nos mercados financeiros nesta segunda-feira.
Esta é a segunda vez desde o começo de março que o banco central americano reduz sua taxa de referência sem esperar seu comitê monetário, o que não acontecia desde a crise financeira de 2008.
A instituição também anunciou a compra de 500 bilhões de dólares em bônus do Tesouro e de 200 bilhões em valores hipotecários.
Ante o pânico provocado pela pandemia do novo coronavírus, o Fed havia levado muita liquidez aos mercados durante a semana, injetando bilhões de dólares, e retomado as operações de compra da dívida americana.
O presidente Donald Trump elogiou a ação do banco central, órgão que vinha criticando reiteradamente: "Gostaria de felicitar o Federal Reserve. É realmente uma boa notícia, é muito bom para o nosso país", expressou o presidente americano, durante reunião na Casa Branca sobre o coronavírus.