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Estado de Minas

Coronavírus estreita o cerco sobre a Eurocopa-2020


postado em 12/03/2020 15:37

A disputa da Eurocopa-2020 virou dúvida. A pandemia do coronavírus, que paralisa o futebol europeu, levou a Uefa a questionar a realização de sua maior competição de seleções, que será disputada em 12 países do continente entre 12 de junho e 12 de julho, com novos condicionantes econômicos, logísticos e um calendário sobrecarregado.

O cenário se complica. "É evidente que a Uefa (confederação europeia) deve se questionar sobre um possível adiamento", respondeu à AFP Jacques Lambert, que foi presidente da organização da Eurocopa da França-2016.

- As opções da UEFA -

Questionada nesta quinta-feira (12), a Uefa respondeu que na próxima terça-feira (17) irá se reunir por videoconferência com todas as federações para discutir a situação. Nos últimos dias, a mensagem oficial é que a Eurocopa iniciará, como previsto, em 12 de junho em Roma.

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, reconheceu no início do mês, durante o congresso da entidade, que trabalha com "diferentes cenários".

O adiamento é "possível", disse um influente presidente de um clube francês. "A Uefa será obrigada a suspender suas competições europeias (Liga dos Campeões e Liga Europa). E, para poder termina-las, precisará adiar a Eurocopa. É um cenário razoável quando vemos que os jogadores começam a ser afetados pelo vírus".

Questionados pela AFP, os principais detentores dos direitos televisivos da Eurocopa afirmaram não terem recebido qualquer informação por parte da Uefa.

Mas, de acordo com uma fonte de uma emissora que pediu anonimato, a Uefa trabalha com "uma equipe de crise" e as decisões "poderiam chegar em dois tempos; primeiro a Liga dos Campeões, que é o mais urgente, e depois a Eurocopa".

- Ingressos e televisão -

O formato inédito com 12 países-sede não facilita as coisas. "Pela primeira vez, estamos diante da hipótese de ver vários países anfitriões com a obrigação de aplicar medidas de confinamento e restrições de circulação importantes", lembrou Lambert.

Outro "problema sensível", segundo o ex-chefe da organização da França-2016, é a venda de ingressos. "Como antecipar aos espectadores se a Uefa ainda não sabe as condições de circulação que serão impostas dentro de três meses? Não pode ser improvisado no último momento, a não ser que todos os jogos sejam com portões fechados".

Jogar sem torcida é uma opção. Segundo Virgile Caillet, diretor-geral da Union Sport and Cycle, que representa as empresas do setor, esta seria "a situação menos pior a curto prazo, um adiamento significaria dizer a um detentor dos direitos de imagem que não terá nada a mostrar".

"Com jogos previstos em 12 cidades de 12 países, que vivem estados diferentes da epidemia, não vemos a possibilidade de manter a competição", explicou outra fonte de uma emissora europeia.

"Muitas empresas vão se negar a enviar seus funcionários", opinou Bruno Bianzina, diretor-geral da agência de marketing Sport Market. "O mais lógico é o cancelamento".

- Margem de ação -

A Uefa precisa gerir um calendário sobrecarregado, depois de anunciar nesta quinta-feira o adiamento dos jogos de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões Juventus-Lyon e Manchester City-Real Madrid, inicialmente previstos para 17 de março.

"Após a quarentena imposta aos jogadores da Juventus e do Real Madrid, os jogos da Liga dos Campeões não acontecerão como previsto", escreveu a Uefa em comunicado. Resta saber o que ocorrerá com os outros jogos das oitavas, Barcelona-Napoli e Bayern-Chelsea, que seriam disputados um dia depois (18).

"A Uefa se encontra diante de um dilema. Coloca em perigo sua competição mais lucrativa, a Liga dos Campeões, ou adia a Eurocopa? Salvar as duas parece muito complicado", explicou Caillet.

Restam ainda disputar os duelos da repescagem da Eurocopa, que distribuem as últimas quatro vagas na competição. A Bósnia já pediu para que seu duelo contra a Irlanda do Norte seja adiado.

"O que acontecerá quando seleções quiserem convocar jogadores confinados em seus clubes?", questionou o presidente de um clube francês. "Tudo se torna muito complicado", concluiu.


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