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Estado de Minas

Trégua parcial no Afeganistão vai continuar até cessar-fogo completo


postado em 01/03/2020 10:49

A trégua parcial de uma semana no Afeganistão continuará com o objetivo de um "cessar-fogo completo", declarou neste domingo (1) o presidente Ashraf Ghani, que rejeitou, porém, uma cláusula do acordo assinado no dia anterior entre os Estados Unidos e o Talibã pedindo a libertação de milhares de prisioneiros insurgentes.

Durante a semana de "redução da violência", o número de ataques em todo o país diminuiu significativamente.

Essa trégua parcial precedeu a assinatura em Doha, no sábado (29), de um acordo histórico entre os Estados Unidos e os insurgentes afegãos.

De acordo com esse pacto, Washington e seus aliados prometem retirar todas as suas tropas do Afeganistão em 14 meses, se o Talibã respeitar os termos do acordo, incluindo o início de negociações com o governo para alcançar uma paz duradoura.

"A redução da violência continuará com o objetivo de alcançar um cessar-fogo completo", disse Ghani em entrevista coletiva em Cabul.

Ele explicou que o Talibã foi informado da decisão pelo general Scott Miller, chefe das forças americanas no país.

"Comentaremos isso mais tarde", declarou à AFP um porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid.

Embora ainda não haja cessar-fogo total, o drástico declínio dos ataques do Talibã no país esta semana encheu os afegãos de esperança.

Nas ruas, festas e comemorações, com pessoas dançando.

Mas ainda há um longo caminho a percorrer antes de um verdadeiro acordo de paz neste país devastado por conflitos por mais de quatro décadas, e no qual os Estados Unidos estão presentes militarmente desde o final de 2001, quando o invadiram logo após os ataques de 11 de setembro.

A primeira divergência surgiu um dia após a assinatura do acordo EUA-Talibã, quando Ghani rejeitou a cláusula que pede aos insurgentes que libertem até mil prisioneiros e o governo afegão que liberte cerca de 5.000 prisioneiros talibãs.

"Não há compromisso para libertar 5.000 prisioneiros", afirmou o presidente, indicando que a troca "poderia fazer parte da agenda de negociações entre as partes afegãs, mas não uma condição para as negociações".

Qualquer libertação de prisioneiros "não depende da autoridade dos Estados Unidos, mas da autoridade do governo afegão", insistiu Ghani.

As negociações entre seu governo e o Talibã devem começar em 10 de março, segundo o acordo assinado em Doha. Essas discussões são uma condição para a retirada das tropas americanas.

Até agora, os insurgentes se recusaram a negociar com o governo Ghani, que eles descreveram como um fantoche de Washington.

Mas para essas negociações, o presidente afegão terá que nomear uma delegação, algo que será complicado, pois ele está imerso em uma crise política interna, depois que sua reeleição foi contestada por seu principal adversário, Abdullah Abdullah.

Washington, por outro lado, ainda não reagiu à reeleição de Ghani.

Mas, apesar da incerteza em torno do acordo de Doha, reina uma sensação de alívio nas ruas de Cabul, onde seus habitantes podiam andar sem medo de ataques.

"Sinto-me muito mais tranquilo hoje depois desse acordo", disse um policial que pediu anonimato.


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