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Estado de Minas CORONAVÍRUS

Brasil pode ter primeiro caso da doença que assusta o mundo

Homem que chegou da Itália testou positivo para o Covid-19 e fará contraprova em São Paulo. Número de mortos na Itália chega a 11 e mais quatro nações europeias têm casos


postado em 26/02/2020 04:00

Na Praça São Marco, em Veneza, poucos turistas se aventuraram ontem. Região é a mais atingida na Itália(foto: Andrea Patarro/AFP)
Na Praça São Marco, em Veneza, poucos turistas se aventuraram ontem. Região é a mais atingida na Itália (foto: Andrea Patarro/AFP)




Brasil pode engrossar a lista de casos de coronavírus que se alastram fora da China e já estão em quatro países europeus e mataram 11 pessoas na Itália. O Ministério da Saúde confirmou ontem que o homem de 61 anos vindo da região da Lombardia, na Itália e que chegou ao país no dia 21 testou positivo para o Covid-19 nos primeiros testes feitos no Hospital Albert Einstein. A confirmação do caso ainda depende de uma contraprova que será feita a partir de hoje. Até agora o Brasil tinha quatro casos suspeitos, três em São Paulo, e um no Rio de Janeiro, mas sem nenhuma confirmação após o descarte de 54 suspeitos com sintomas. O homem que possivelmente está contaminado ficou na Itália entre 9 e 21 de fevereiro. A Anvisa informou que está localizando os passageiros que chegaram no mesmo voo que o homem para monitoramento

Enquanto o Brasil se assusta com o que pode ser a chegada do coronavírus ao país, ele se propaga com rapidez pela Europa. Ontem foram confirmados casos de contaminação na Áustria, Croácia, Espanha e Suíça. A Itália confirmou, ontem, mais 4 mortes por Covid-19, 3 delas na região na Lombardia e outra na região de Veneto, ambas no norte do país. As três vítimas na Lombardia estavam na casa dos 80 anos, de acordo com a agência de proteção civil italiana. Até a última atualização da reportagem, não havia detalhes sobre a quarta vítima. Com os novos registros, são agora 11 mortes por Covid-19 no território italiano, e 322 casos da doença. Mais cedo, a Itália havia confirmado os primeiros casos da doença no Sul de seu território – antes, os casos estavam concentrados no Norte.

Mais cedo, outros quatro países europeus, todos próximos à Itália, diagnosticaram os primeiros pacientes com Covid-19: Áustria, Croácia, Espanha (continental) e Suíça. As 4 nações afirmaram, durante coletiva de imprensa, que não vão fechar as fronteiras com o território italiano. A França também detectou mais 2 casos em seu território. As novas mortes pelo novo coronavírus no Irã, Japão e Coreia do Sul alimentavam ontem o medo de uma pandemia mundial, à medida que a doença afeta países pobres e com poucos recursos de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a epidemia passa por um momento de estabilidade na China, onde morreram mais de 2.600 pessoas e que registrou 77.000 casos da doença.

Mas a situação é cada vez pior fora da China, com 2.700 casos e 40 mortos em todo o planeta, o que provocou restrições de viagens, cancelamentos de partidas de futebol e o isolamento de zonas inteira para evitar contágios. Coreia do Sul, Itália e Irã registraram um drástico aumento nas infecções e nas mortes pelo coronavírus, enquanto vários países do Oriente Médio anunciaram os primeiros casos.

O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, insistiu que o vírus ainda pode ser contido e elogiou as medidas drásticas adotadas na China, com grandes cidades em quarentena. “No momento não estamos testemunhando uma propagação mundial imparável do vírus, nem mortes em grande escala”, declarou na segunda-feira.

Ghebreyesus, no entanto, afirmou que os países devem fazer o máximo possível em preparação para uma “possível pandemia”, um termo que descreve uma doença que se propaga por vários países. Estados Unidos, com 53 casos, pretende investir US$ 2,5 bilhões no combate à doença, de acordo com a imprensa. O Irã se tornou um dos centros do coronavírus, com 15 mortes até o momento. O país luta para conter a doença desde a semana passada, quando anunciou as duas primeiras mortes em Qom, um centro de peregrinação visitado por muitos estrangeiros. Até o momento, o Irã, que recebeu ontem uma equipe da OMS, confirmou 61 contágios, o que significa que a taxa de mortalidade no país é a mais elevada no mundo. Muitos acreditam que o país pode ter mais casos.

O vice-ministro iraniano da Saúde, Iraj Harirchi, foi infectado com o novo coronavírus. Vários países vizinhos decidiram vetar a entrada de pessoas procedentes do Irã, mas o vírus já chegou ao Afeganistão e outras nações da região. A OMS advertiu que os países com escassas infraestruturas de saúde são os que correm mais risco.

Gravidade 

Na Coreia do Sul, o presidente Moon Jae-in advertiu que o foco da doença é "muito grave", com 10 mortos até agora e quase mil casos de infecção, o mais elevado fora da China. O país cancelou apresentações de astros do K-pop e suspendeu eventos esportivos, como o Mundial de tênis de mesa, que seria disputado em março na cidade de Busan e foi adiado para junho. O Parlamento sul-coreano permaneceu fechado ontem para o serviço de limpeza, depois da confirmação da morte de uma pessoa que compareceu a uma reunião no local na semana passada. Mais de 80% das infecções aconteceram nas proximidades de Daegu, a quarta maior cidade do país, onde as ruas estão vazias e as pessoas procuram máscaras. Muitos casos estão relacionados com a igreja Shincheonji, acusada por seus detratores de ser uma seita.

O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos pediu a seus cidadãos que evitem viagens não essenciais à Coreia do Sul. No Japão morreu o quarto passageiro do Diamond Princess, um cruzeiro bloqueado há vários dias com 700 pessoas que apresentaram resultado positivo para o coronavírus. A vítima era um homem de 80 anos. As infecções também dispararam no território japonês, com pelo menos 160 casos e um morto. O governo ampliou o número de hospitais com capacidade para receber pacientes e pediu que as pessoas com sintomas moderados permaneçam em casa. O ministro da Saúde do Japão, Katsunobu Kato, pediu às empresas que "permitam que as pessoas não compareçam aos escritórios e estimulem o sistema de “home office””. A Federação Japonesa de Futebol anunciou o adiamento de todas as partidas até pelo menos 15 de março.


Turistas são confinados na Áustria e na Espanha

Centenas de turistas de um hotel em Tenerife, no arquipélago espanhol das Ilhas Canárias, foram confinados em seus quartos após um possível caso de coronavírus em um de seus clientes, um italiano. A Croácia confirmou o primeiro caso do novo coronavírus na região dos Bálcãs. Na China foram registrados 508 novos casos, mas apenas nove na província de Hubei, epicentro da epidemia. O hotel é o H10 Costa Adeje Palace, no Sul da ilha de Tenerife, um destino muito precioso para turistas do Norte da Europa e que celebra o carnaval nos últimos dias. No estabelecimento estava alojado um turista italiano que na noite de segunda-feira deu positivo em um primeiro exame, e aguardava confirmação de um segundo teste, afirmou à AFP uma porta-voz do Ministério da Saúde do governo regional das Canárias.

A porta-voz informou que, neste momento, "centenas de hóspedes do hotel estão sob vigilância sanitária", embora não se trate estritamente de uma quarentena. A associação hoteleira local Ashotel pediu "tranquilidade", garantindo que "os protocolos estabelecidos estão funcionando" e indicou que "cerca de 1.000 pessoas" estão isoladas. Além do caso de Tenerife, as autoridades aguardam a confirmação de mais outro, que deu positivo em um primeiro exame na região da Catalunha. O governo espanhol afirmou que se trata de uma mulher residente de Barcelona e que viajou para o norte da Itália nos últimos dias.

Na Áustria, as autoridades em quarentena um hotel na cidade turística Innsbruck, capital da região alpina do Tirol, onde trabalhava uma recepcionista italiana contaminada pelo coronavírus, informou a imprensa local. Uma porta-voz do governo do Tirol não quis identificar o local de trabalho dessa mulher, mas, segundo a mídia local, é o Gran Hotel Europa, com 108 quartos, no centro da cidade. “Ninguém pode entrar ou sair enquanto as autoridades verificam quem esteve em contato”, disse a porta-voz à AFP, acrescentando que a casa dessa mulher, também em Innsbruck, foi isolada.

A mulher e seu companheiro, também italiano, foram colocados em quarentena em um hospital da cidade, onde foram diagnosticados com o novo coronavírus, segundo Günther Weiss, diretor do hospital universitário de Innsbruck. Este é o primeiro caso de COVID-19 no país. Os dois, ambos de 24 anos, viajaram na sexta-feira de carro da Lombardia, de onde são, para a Áustria. Lombardia é a região italiana mais afetada pela epidemia. 


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