A Organização Mundial da Saúde (OMS) está preocupada com o surgimento de casos do novo coronavírus fora da China que não apresentam um "vínculo epidemiológico claro" com a origem da epidemia, declarou nesta sexta-feira seu diretor, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
A OMS enviará no sábado uma equipe internacional para a cidade chinesa de Wuhan, epicentro da epidemia no centro da China, declarou seu chefe em coletiva de imprensa.
"Embora o número total de casos fora da China permaneça relativamente baixo, estamos preocupados com o número de casos sem uma ligação epidemiológica clara, como histórico de viagens ou contatos com um caso confirmado", explicou Tedros.
A "janela de oportunidade" para erradicar a epidemia "está se estreitando", alertou o diretor da OMS.
"É por isso que pedimos à comunidade internacional que aja rapidamente, incluindo em questões de financiamento. Não é o que estamos vendo", afirmou.
"Enquanto falamos, ainda estamos em uma fase em que é possível conter a epidemia, mas com uma janela de oportunidade cada vez menor", acrescentou.
A epidemia já infectou mais de 75.500 pessoas na China e 1.150 em 26 outros países.
O novo vírus matou mais de 2.200 pessoas na China e outras 8 em todo o mundo, segundo a OMS.
"Não devemos olhar para trás e lamentar que não aproveitamos a janela de oportunidade disponível", disse ele, enfatizando a importância de se tomar medidas "proporcionadas".
O chefe da OMS, no entanto, não quis especificar mais detalhadamente quais deveriam ser as medidas que os países deveriam adotar ou não, enfatizando que era necessário examinar cada situação.
Sobre a situação na China, ele disse que a equipe internacional de especialistas liderada pela OMS visitou Pequim, Sichuan e Guangdong e viajará amanhã para Wuhan.