O Departamento de Defesa americano anunciou nesta terça-feira que implantou um submarino que transporta um novo míssil de longo alcance com uma ogiva nuclear relativamente pequena, em resposta a testes russos de armas similares.
A implantação da ogiva de baixo rendimento W76-2 é "dar uma resposta a potenciais adversários, como a Rússia, que acreditam que o uso de armas nucleares de baixo desempenho lhes dará uma vantagem sobre os Estados Unidos e seus aliados e parceiros", afirmou o vice-secretário de Defesa, John Rood.
Tais ogivas têm despertado preocupação, uma vez que a possibilidade de serem usadas é maior porque causam menos danos.
O W76-2 tem um rendimento explosivo estimado de cinco quilotons, comparado com o rendimento de 455 quilotons e 90 quilotons das ogivas nucleares já implantadas em submarinos americanos, segundo William Arkin e Hans Kristensen no site da Federação de Cientistas Americanos.
O Pentágono indicou que iria implantar uma pequena arma nuclear em sua Revisão de Postura Nuclear de 2018.
As novas armas "fortalecem a dissuasão e fornecem aos Estados Unidos uma arma estratégica de baixo desempenho rápido e maior capacidade de sobrevivência", afirmou Rood.
Também "mostra a possíveis adversários que o emprego nuclear limitado não tem vantagem, porque os Estados Unidos podem responder de forma crível e decisiva a qualquer cenário de ameaça".
Mas os críticos dizem que, depois de décadas em que o tamanho das armas nucleares era visto como um impedimento ao seu uso, uma pequena ogiva nuclear poderia aumentar essa possibilidade.
"Enquanto alguns argumentam que essa ogiva é uma resposta à estratégia russa de 'escalar para ampliar' que fortalecerá a dissuasão (...) outros argumentam que reduzirá o freio para o uso dos Estados Unidos e aumentará o risco de guerra", informou o serviço de investigação do Congresso em um relatório no mês passado.