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Estado de Minas

Quatro meses de protestos contra o governo no Iraque


postado em 01/02/2020 16:55

As manifestações antigovernamentais que começaram no Iraque em 1º de outubro se tornaram o maior movimento de protesto em décadas no país, com mais de 480 mortos.

Estas são as principais etapas do movimento:

- Redes sociais -

Em 1º de outubro, mais de mil manifestantes se reuniram em Bagdá e em várias cidades do sul para protestar contra a corrupção, o desemprego e a decadência dos serviços públicos.

As manifestações foram convocadas a partir das redes sociais e dispersadas com jatos d'água, gás lacrimogêneo e balas de borracha. Mais tarde, foram ouvidos tiros na capital.

No dia seguinte, as autoridades fecharam a Zona Verde de Bagdá, onde se encontram as principais instituições do país e a embaixada dos Estados Unidos. Foi decretado toque de recolher na capital e em diversas cidades do sul.

- Medidas especiais -

Em 3 de outubro, em Bagdá, os blindados das forças especiais entraram em ação para repelir a multidão. As forças de segurança atiraram para o chão, mas as balas atingiram os manifestantes.

O acesso à Internet foi cortado em grande parte do país.

O influente líder xiita Moqtada Sadr pediu ao governo que renunciasse, assim como "eleições antecipadas sob a supervisão da ONU".

- "Queda do regime" -

No dia 24 à noite, as manifestações pedindo a "queda do regime" foram retomadas, na véspera do primeiro aniversário da posse do governo de Abel Abdel Mahdi.

Em 48 horas, pelo menos 63 pessoas morreram, a maioria no sul.

No dia 26, a ONU acusou "entidades armadas" de quererem "sabotar manifestações pacíficas".

Os deputados de Moqtada Sadr anunciaram um protesto por tempo indeterminado no Parlamento, unindo-se à oposição.

No dia 28, milhares de estudantes invadiram as ruas de Bagdá e de várias cidades do sul do país, e sindicatos de professores e advogados anunciaram greves.

Durante a noite, milhares de iraquianos desafiaram o toque de recolher imposto pelo Exército em Bagdá.

- "Fora, Irã!" -

Em 30 de outubro, o guia supremo do Irã, Ali Khamenei, chamou "aqueles que se sentem preocupados" para "responderem à insegurança".

Em 1º de novembro, a principal autoridade xiita do Iraque, o grande aiatolá Ali Sistani, alertou contra qualquer interferência estrangeira.

Em 3 de novembro, a greve geral paralisou escolas e administrações públicas na capital e no sul.

À noite, quatro manifestantes morreram enquanto tentavam atear fogo na representação diplomática do Irã em Kerbala.

No dia 4, foram registrados confrontos em Bagdá entre a polícia e os manifestantes.

No dia 17, milhares de iraquianos protestam em todo o país, em greve geral.

No dia 24, a desobediência civil se espalha no sul. Em Nasiriyah, escolas e administrações fecharam, como em Hilla, Diwaniya, Najaf, Kut, Amara e Basra.

No dia 27, manifestantes incendiaram o consulado iraniano em Najaf. Centenas de jovens gritam "Fora Irã!" dentro do gabinete.

- "Cenas de guerra" -

No dia 28, a repressão dos protestos no sul se intensifica com o envio de comandantes militares de Bagdá: 46 manifestantes foram mortos, 28 deles em Nasiriyah e cerca de mil ficaram feridos.

Nesta cidade, combatentes tribais saíram para proteger os manifestantes, enquanto em Najaf homens civis abriram fogo contra a multidão.

- Renúncia do primeiro-ministro -

No dia 29, Ali Sistani pediu ao Parlamento que retirasse sua confiança do governo para evitar o "caos". Poucas horas depois, Abdel Mahdi anunciou que renunciaria.

No dia seguinte, os iraquianos continuaram se manifestando em Bagdá e no sul.

Em 1º de dezembro, as manifestações foram transformadas em procissões fúnebres, como sinal de luto pelas vítimas.

Nesse mesmo dia, o Parlamento aceitou a demissão de Abdel Mahdi.

- Aumenta a violência -

Em 6 de dezembro, pelo menos 20 manifestantes e quatro policiais morreram quando homens armados atacaram em Bagdá o prédio onde os manifestantes acampavam.

Após várias semanas de calma, os protestos se intensificam a partir de 22 de dezembro

- Retomada dos protestos -

Em 10 de janeiro de 2020, milhares de iraquianos se manifestaram, revivendo o movimento que foi ofuscado pelas tensões entre os Estados Unidos e Irã após o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque por drone dos EUA.

Milhares de manifestantes saem às ruas em 20 de janeiro diante das forças de segurança, que dispararam tiros de verdade.

Em 29 de janeiro, o presidente Barham Saleh ameaça nomear de maneira unilateral o novo primeiro-ministro, se o parlamento não o fizer em três dias.

Em 31 de janeiro, Sistani pede eleições "o mais rápido possível".

Em 1º de fevereiro, Saleh nomeia o ex-ministro das Comunicações, Mohamed Alaui, como primeiro-ministro.


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