Nove mineradores de Lesoto empregados de forma ilegal foram "apedrejados até a morte" na sexta-feira em um subúrbio de Johannesburgo, África do Sul, por um grupo de mineradores rivais, informou neste sábado a polícia, que denunciou um "ato selvagem".
Os corpos das nove vítimas "foram encontrados nas ruas de Matholeville, enquanto uma décima pessoa ficou gravemente ferida" e foi levada ao hospital, afirmou a polícia em comunicado.
As forças de segurança sul-africanas iniciaram uma busca e a polícia ouviu 87 pessoas neste sábado.
A África do Sul é considerada um dos países mais violentos do mundo.
Segundo estatísticas oficiais, mais de 21.000 pessoas foram mortas no país em um ano, entre abril de 2018 e março de 2019, ou seja, uma média de 58 assassinatos diários.
Entre 8.000 e 30.000 mineradores contratados ilegalmente, os "zama zamas" ("aqueles que tentam a sorte", em zulu) atuam no país, de acordo com a Comissão de Direitos Humanos da África do Sul.
Esses trabalhadores correm um enorme risco ao trabalhar em túneis e poços abandonados. Além disso, precisam enfrentar outro perigo crescente, o das gangues, que geralmente estão envolvidas em ajustes de contas.
"A exploração ilegal de minas e o crime organizado estão intimamente ligados. Os 'zama zamas' costumam estar fortemente armados, têm explosivos e organizam emboscadas contra funcionários, guardas e grupos rivais de mineradores ilegais", afirma um relatório da Câmara de Minas da África do Sul.