(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

China relata 259 mortes por coronavírus; aumentam restrições para viagens

No relatório diário, a comissão de saúde da província, a mais afetada pela epidemia, indicou que o contágio em Hubei continua crescendo


postado em 31/01/2020 22:13 / atualizado em 01/02/2020 00:02

(foto: STR / AFP )
(foto: STR / AFP )
O número de mortos na China pelo novo coronavírus subiu para 259, após as autoridades da província Hubei confirmarem 46 vítimas fatais nas últimas 24 horas, enquanto os países aumentam as restrições de viagem e de controle da epidemia.


No relatório diário, a comissão de saúde da província, a mais afetada pela epidemia, indicou que o contágio em Hubei continua crescendo, com 1.347 novos casos diagnosticados. Em todo país foram registrados cerca de 12.000 infectados pelo vírus.


"Estou cheio de culpa e remorso. Se eu tivesse tomado medidas restritivas antes, o resultado teria sido melhor do que é hoje", disse Ma Guoqiang, secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), em um caso incomum admissão de responsabilidade de um político chinês.


O embaixador chinês nas Nações Unidas em Genebra, Xu Chen, disse que "não há necessidade de entrar em pânico desnecessariamente ou tomar medidas excessivas" e observou que "a Organização Mundial da Saúde (OMS)" confia plenamente na China".


Mas as medidas continuam aumentando. O governo dos Estados Unidos pediu a seus cidadãos que evitem viajar à China, depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência internacional.


Em um comunicado oficial, o Departamento de Estado emitiu uma advertência de viagem de nível quatro, para pedir aos americanos que "não viajem" à China devido à epidemia provocada por um novo coronavírus.


O governo do Japão também advertiu seus cidadãos que evitem viagens não essenciais à China, anunciou o primeiro-ministro Shinzo Abe.


Após uma reunião em Genebra na quinta-feira, a OMS declarou emergência internacional pela epidemia, depois de fortes críticas pela demora da organização em alertar sobre a gravidade do cenário.


"Declaro a epidemia uma emergência de saúde pública de alcance internacional", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, depois de uma reunião em Genebra.


"Nossa maior preocupação é a possibilidade de que o vírus se propague para países com sistemas de saúde mais frágeis (...) Não significa desconfiança com a China", assegurou o funcionário.


Na quinta-feira, o diretor-geral afirmou que a entidade não apoia a restrição de viagens de ou para a China. "A OMS não recomenda e de fato se opõe a qualquer restrição" a viagens e comércio, afirmou.


- Moradores de Wuhan repatriados -


Por conta do número de chineses diagnosticados com o vírus no exterior, o governo da China decidiu enviar aviões para repatriar cidadãos de Wuhan que estão fora do país, para levá-los de volta à cidade "o mais rápido possível", informou nesta sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores.


Esta decisão se deve às "dificuldades práticas que os cidadãos de [província de] Hubei, especialmente os da cidade de Wuhan, estão enfrentando no exterior", disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.


Vários países não estão prontos para lidar com a epidemia, advertiu anteriormente o Conselho de Supervisão de Preparo Global (GPMB), um organismo internacional de monitoramento com sede em Genebra.


Embora a grande maioria dos casos esteja na China, sobretudo na província de Hubei e na cidade de Wuhan, outros 18 países, segundo a OMS, reportaram casos, com maior frequência em pessoas que chegam da China.


- Contaminação local -


Nos Estados Unidos, uma mulher contaminou seu marido no estado do Illinois, no primeiro caso de transmissão local registrado no país, anunciaram autoridades sanitárias nesta quinta.


O paciente, que não viajou para a China, se encontra em condição "estável", mas complicada por alguns problemas de saúde prévios, disse Jenniffer Layden, diretora médica estadual.


Este último registro eleva a seis o número de casos confirmados de coronavírus nos Estados Unidos.


Diante do crescimento acelerado de novos diagnósticos positivos, o Departamento de Estado americano pediu nesta quinta-feira a seus cidadãos que "não viagem" para a China, elevando seu alerta ao nível mais alto em relação à epidemia.


O órgão recordou que na semana passada havia ordenado a saída de todos funcionários americanos que não exercem funções de emergênica e de seus parentes de Wuhan.


O número de pacientes infectados na China continental se aproxima dos 10.000, muito acima das 5.327 pessoas infectadas em 2002 e 2003 pela SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Há quase 20 anos este coronavírus deixou 774 mortos no mundo, 349 deles na China.


Wuhan, uma metrópole de 11 milhões de pessoas na região central da China, está em quarentena e isolada do mundo há uma semana, assim como quase toda província de Hubei.


As 56 milhões de pessoas que vivem na área isolada, o que inclui milhares de estrangeiros, não podem sair da região.


- Japoneses evacuados infectados -


Um cruzeiro com sete mil pessoas a bordo foi posto em observação no porto de Civitavecchia, perto de Roma, devido a casos suspeitos de coronavírus a bordo. Exames preliminares em uma passageira chinesa descartaram a presença da infecção.


Os exames realizados pelos especialistas do hospital romano Spellanzani "deram resultado negativo", disse uma fonte do ministério da Saúde, razão pela qual os seis mil turistas a bordo foram liberados para desembarcar, se quiserem, acrescentou a imprensa local.


Estados Unidos e Japão foram os primeiros países a retirarem, na quarta-feira, parte de seus cidadãos. Na madrugada de sexta, um avião francês decolou de Wuhan rumo a Marselha (sul) com 200 pessoas a bordo.


Estas pessoas ficarão isoladas durante 14 dias em um centro de lazer especialmente preparado no sul da França, perto de Marselha, onde serão submetidas a exames.


Outros países pretendem organizar operações similares. A Itália anunciou o envio de um avião nesta quinta, a Espanha informou que a evacuação seria realizada nas próximas horas e a Alemanha prevê a retirada de 90 alemães nos próximos dias. O Canadá também fretará um avião.


Dos 195 americanos que chegaram na quarta-feira a uma base militar na Califórnia, nenhum apresentava sintomas do vírus. Todos permanecerão isolados durante 72 horas.


No Japão, porém, dos 206 repatriados três estavam infectados, somando-se aos demais oito casos já registrados previamente.


"Uma das três pessoas que apresentaram resultado positivo já desenvolveu os sintomas, mas as outras duas, não", disse o ministro da Saúde, Katsunobu Kato.


Transmissões entre humanos foram registradas em três países, além da China e dos Estados Unidos: Alemanha, Japão e Vietnã.


Várias companhias aéreas, como a British Airways, a alemã Lufthansa, a espanhola Iberia, a francesa Air France e a indonésia Lion Air suspenderam os voos para a China continental.


Os governos de Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos recomendaram que seus cidadãos evitem viajar para o país asiático. E, nesta quinta-feira, a Rússia anunciou que vai fechar a fronteira com a China.


O ministro israelense da Saúde anunciou nesta quinta a proibição para todos os voos procedentes da China devido à epidemia do novo coronavírus.


- Férias prorrogadas -


Wuhan, no coração da epidemia, parece uma cidade fantasma há vários dias.


No restante do país, os moradores evitam frequentar shoppings, cinemas e restaurantes.


Na luta para frear a propagação do vírus, o governo chinês prolongou o recesso de Ano Novo lunar até 2 de fevereiro, com o objetivo de evitar os grandes deslocamentos de pessoas nos transportes.


O país cancelou várias competições esportivas internacionais, como as provas da Copa do Mundo de esqui alpino. Nesta quinta-feira, as autoridades anunciaram o adiamento do início da temporada 2020 de futebol.


Grandes empresas como Toyota, IKEA, Starbucks, Tesla, McDonald's e a gigante da tecnologia Foxconn decidiram suspender de forma temporária a produção, ou fechar suas lojas na China.



 


 


 


 


 


 


 


 


 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)