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Estado de Minas

Sánchez defende seu governo de coalizão na Espanha


postado em 12/01/2020 11:25

Com a promessa de "diálogo" para enfrentar a "discórdia e a fragmentação", o socialista espanhol Pedro Sánchez defendeu neste domingo (12) seu novo governo de coalizão com a esquerda radical do Podemos, que deverá lidar com os desafios do Brexit e do separatismo catalão.

O presidente Sánchez comunicou a lista de seus ministros ao rei Felipe VI, afirmando que, apesar dos diferentes perfis, caminhará unido.

"É um governo plural, é um governo de coalizão, mas com um firme propósito de unidade", afirmou em um breve comunicado institucional.

Os ministros tomarão posse na segunda-feira e na terça-feira realizarão seu conselho inaugural. Será o primeiro gabinete de coalizão na Espanha em mais de 80 anos e o primeiro nessas quatro décadas de democracia.

Conta com quatro vice-presidências, incluindo a de Direitos Sociais, liderada pelo líder do Podemos Pablo Iglesias, e 18 ministérios.

No total, 12 homens e 11 mulheres formam um executivo comprometido com a "plena igualdade", garantiu o presidente.

A esquerda radical terá um total de cinco membros e, além de uma das vice-presidências, terá as pastas do Trabalho, Consumo, Igualdade e Universidades.

Em uma coalizão cercada de dúvidas - PSOE e Podemos competem pelo mesmo espaço eleitoral - Sánchez reservou aos seus os principais cargos, como Interior, Finanças, Defesa e Transportes.

Em contraste com os perfis mais marcantes do Podemos (os comunistas Alberto Garzón no Consumo e Yolanda Díaz no Trabalho), Sánchez optou por dois defensores da ortodoxia fiscal na Economia (Nadia Calviño, também vice-presidente) e Previdência Social (José Luis Escrivá).

Respondendo às preocupações dos empregadores, os parceiros do governo prometem disciplina nas contas públicas.

Ainda assim, querem marcar o terreno com uma série de medidas: um novo aumento no salário mínimo (já aumentado em 22% em 2019), maior pressão fiscal sobre os mais ricos, um freio nos "aumentos abusivos do aluguel" e derrogação parcial de uma reforma trabalhista de 2012 que permite às empresas demitir trabalhadores em licença médica ou modificar contratos unilateralmente.

Para as Relações Exteriores, Sánchez nomeou Arancha González, especialista em comércio internacional.

- Governo minoritário -

O PSOE e o Podemos governarão em minoria, com apenas 155 dos 350 assentos na câmara baixa.

Um dos maiores pontos de atrito será a crise catalã. Sánchez instalará uma mesa de negociações com o executivo separatista da região, uma medida criticada pela oposição conservadora.

Sem se referir explicitamente à Catalunha, o líder socialista defendeu sua abordagem, afirmando que deseja "uma Espanha de coexistência, e não de discórdia".

Sua equipe, ele insistiu, "começa com o objetivo do diálogo para resolver as diferenças, porque não há nada mais progressivo que o diálogo".

Precisamente neste domingo, milhares de apoiadores do partido de extrema-direita Vox, terceira força parlamentar, manifestaram em várias cidades da Espanha para denunciar o que consideram um "governo nas mãos do separatismo".

"Não sabemos o que ele negociou com eles, nem o que ofereceu" aos separatistas catalães, disse Irene Benítez, uma funcionária pública de 55 anos em Madri.

A partir de 31 de janeiro, o executivo de Sánchez também enfrentará as consequências do Brexit, um evento sensível na Espanha que abriga a maior comunidade de expatriados britânicos na Europa e compartilha uma fronteira terrestre com o Reino Unido através do enclave de Gibraltar.

Mas, um dos aspectos que mais receberá atenção será a coesão do governo de coalizão, definida após meses de negociações e desacordos pessoais entre Sánchez e Iglesias.

Para evitar isso, ambas as partes assinaram um "protocolo de funcionamento" esta semana, que insiste em "lealdade" e "boa fé" entre os dois.


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