O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) prorrogou nesta sexta-feira (10) a ajuda humanitária para a população síria em vigor desde 2014, mas a Rússia impôs um corte drástico no programa, que durará seis meses apenas por dois pontos de fronteira com a Turquia.
Após várias concessões dos países do Ocidente desde o final de dezembro, foi adotada uma resolução apresentada em conjunto pela Alemanha e da Bélgica com onze votos a favor e a abstenção de quatro países: Rússia, China, Estados Unidos e Reino Unido.
A autorização de ajuda, renovada até agora anualmente pela ONU com quatro pontos de acesso na fronteira da Síria, expirou na noite desta sexta-feira.
O texto aprovado prevê a manutenção por seis meses, até 10 de julho, de dois pontos na fronteira com a Turquia (em Bab al-Salam e Bab al-Hawa) e que a licença seja renovada por apenas seis meses.
Também foi solicitado um relatório ao secretário-geral da ONU, antes do final de fevereiro, sobre as possibilidades de compensar o abandono do ponto de passagem de Al Yarubiyah, localizado na fronteira com o Iraque, segundo as mesmas fontes.
Em 20 de dezembro, a Rússia, apoiada pela China, apresentou um veto (de número 14 desde o início do conflito, em 2011) a uma proposta da Alemanha, Bélgica e Kuwait que pretendia estender a assistência por um ano e estabelecia três pontos de passagem, dois na fronteira com a Turquia e um com o Iraque (Al Yarubiyah).
Os Estados Unidos consideraram esse veto "vergonhoso" e seu secretário de Estado, Mike Pompeo, acusou a Rússia e a China de terem "sangue nas mãos".
A antiga autorização, que estava em vigor desde 2014, fixava quatro pontos de trânsito (dois na fronteira com a Turquia, outro no Iraque e um quarto na Jordânia, em Al-Ramtha, que não é utilizado há muito tempo).
Na quinta-feira, Alemanha e Bélgica prepararam um novo projeto de resolução que aceita a prorrogação por seis meses, até 10 de julho, mas com três pontos de aprovação. A Rússia manteve sua proposta de dezembro.
Em um comunicado divulgado na sexta-feira, a Anistia Internacional destacou, a importância da ajuda humanitária internacional para os moradores da região de Idleb, onde os combates e bombardeios redobraram recentemente.