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Estado de Minas

Irã nega que avião ucraniano tenha sido derrubado por míssil


postado em 10/01/2020 14:49

O Irã negou categoricamente nesta sexta-feira (10) a tese de que o avião ucraniano que caiu na quarta-feira perto de Teerã tenha sido derrubado por um míssil, como afirmam vários países, entre eles o Canadá, que perderam vários de seus cidadãos.

Na tragédia, morreram 176 pessoas, a maioria iraniano-canadenses, mas também britânicos, suecos e ucranianos.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, também afirmou que seu país acreditava que a aeronave americana "provavelmente" foi abatida por um míssil iraniano.

No início desta noite, Kiev anunciou que os especialistas ucranianos enviados ao Irã conseguiram acesso às caixas-pretas.

O acidente ocorreu de madrugada de quarta, logo após o Irã disparar mísseis contra bases militares utilizadas pelos militares americanos estacionados no Iraque em resposta ao assassinato pelos EUA contra um general iraniano.

Canadá e Reino Unido disseram que o avião, um Boeing 737, foi abatido por um míssil iraniano, provavelmente por engano, e vários vídeos que apontam para esta tese foram postados nas redes sociais.

"Uma coisa é certa, este avião não foi atingido por um míssil", disse o presidente da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO), Ali Abedzadeh, em uma entrevista coletiva em Teerã.

O voo PS752 da companhia Ukraine Airlines International (UAI) decolou de Teerã rumo a Kiev e caiu dois minutos depois.

Um vídeo de cerca de 20 segundos mostra imagens de um objeto luminoso que sobe rapidamente para o céu e toca o que parece ser um avião.

O vídeo, que não foi formalmente autenticado pela AFP, foi publicado por vários meios de comunicação, como o jornal "The New York Times".

"Vimos alguns vídeos", disse Abedzadeh. "Confirmamos que o avião ficou em chamas por cerca de 60 ou 70 segundos", embora, segundo ele, "não seja correto cientificamente que foi atingido por algo".

Na véspera, o presidente americano Donald Trump disse ter "suspeitas" sobre o acidente do avião ucraniano.

"Estava voando em uma área bastante difícil e alguém poderia ter se enganado", acrescentou.

As declarações de Trump coincidiram com informações neste sentido aventadas por meios de comunicação como a Newsweek, a CBS e a CNN.

- Tese não confirmada -

"As informações nas caixas-pretas são absolutamente cruciais" para a investigação, disse Abedzadeh.

"Qualquer declaração antes da extração dos dados não é uma opinião de especialistas", ressaltou.

Autoridades dos Estados Unidos entregaram ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski "dados importantes sobre a catástrofe", segundo anunciou Kiev.

"Junto com o presidente Zelenski nos reunimos com autoridades americanas e recebemos informações que serão tratadas por nossos especialistas", disse no Twitter o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Vadym Prystaiko.

A Comissão Europeia pediu, por sua vez, uma "investigação credível e independente". "Ainda não há provas conclusivas do que causou o incidente", assegurou o porta-voz europeu Stefan de Keersmaecker.

Cerca de 50 especialistas ucranianos chegaram a Teerã na quinta-feira para participar da investigação e da análise das caixas-pretas. Uma equipe canadense de dez pessoas está "a caminho" para tratar de questões relacionadas às vítimas.

A agência canadense de segurança nos transportes aceitou um convite da autoridade de aviação civil iraniana para participar da investigação.

Apenas alguns países do mundo, incluindo Estados Unidos, Alemanha e França, têm a capacidade de analisar caixas-pretas.

Na quinta-feira, o Irã convidou a Boeing, fabricante americana de aeronaves, para participar da investigação.

A Agência de Segurança dos Transporte dos EUA (NTSB, na sigla em inglês) anunciou que também participará.

Na França, o Escritório de Investigação e Análise para Segurança da Aviação Civil (BEA, na sigla em francês) disse que recebeu um aviso oficial do Irã e "elegeu um representante credenciado para participar da investigação".

Segundo o relatório preliminar da aviação civil iraniana, várias testemunhas observaram um incêndio no avião.

A aviação civil deu a entender que, entre as testemunhas, havia pessoas que estavam no chão, mas também outras que estavam em outra aeronave acima do Boeing.

Esta é a pior catástrofe da aviação civil no Irã desde 1988, quando o Exército americano alegou ter abatido por engano um Airbus da Iran Air. Nesta tragédia, 290 pessoas morreram.

É também o acidente mais mortal com a presença de vítimas canadenses desde 1985, quando o ataque a um Boeing 747 da Air India em 1985 matou 268 canadenses.

"Temos informações de várias fontes" indicando que "o avião foi abatido por um míssil iraniano", disse o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, na quinta-feira, acrescentando que "não foi intencional".

Nesta sexta, as autoridades suecas suspenderam os voos diretos entre a Suécia e o Irã, citando uma "falta de clareza".

O grupo alemão Lufthansa também anunciou a anulação de seus voos diários com destino a Teerã até 20 de janeiro.


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