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Estado de Minas CRISE NO ORIENTE MÉDIO

Queda de avião mata 176 pessoas em Teerã


postado em 09/01/2020 04:00

Aeronave da Ukraine International Airlines caiu logo após decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev, na Ucrânia(foto: Cruz Vermelha Iraniana/Divulgação)
Aeronave da Ukraine International Airlines caiu logo após decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev, na Ucrânia (foto: Cruz Vermelha Iraniana/Divulgação)


Um avião ucraniano que transportava 176 pessoas, a maioria iranianos e canadenses, caiu no Irã ontem, logo após decolar de Teerã, matando todos a bordo – anunciaram as autoridades iranianas e ucranianas. O acidente com o Boeing 737 da Ukraine International Airlines (UIA) ocorre num momento em que o Oriente Médio atravessa um sério período de tensão e logo após Teerã disparar mísseis contra as forças americanas no Iraque. Nada indica, porém, que esses eventos estejam relacionados. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu para o risco de qualquer “especulação”.

A televisão estatal iraniana transmitiu imagens do local do acidente, onde socorristas vasculhavam os destroços da aeronave. Várias equipes de resgate transportavam sacos contendo corpos, enquanto outras coletavam pertences pessoais dos passageiros. O voo PS752 da UIA decolou às 6h10 (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imã Khomeini, em Teerã, com destino ao aeroporto Boryspyl de Kiev, antes de desaparecer dos radares alguns minutos depois.

Ele caiu em terras agrícolas em Khalaj Abad, no distrito de Shahriar, cerca de 45 quilômetros a Noroeste do aeroporto, de acordo com a imprensa estatal iraniana. As autoridades ucranianas e iranianas descartaram qualquer chance de encontrar sobreviventes. De acordo com a diplomacia ucraniana, estavam a bordo 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos. Outros 11 eram ucranianos, incluindo os nove tripulantes. Inicialmente, Kiev havia informado que três alemães estariam a bordo, mas Berlim esclareceu que eram solicitantes de asilo registrados na Alemanha, sem revelar a nacionalidade deles.

O Canadá abriga uma grande diáspora iraniana, e a UIA oferece voos relativamente baratos entre Toronto e Teerã, com escalas em Kiev. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, pediu uma “investigação profunda”. Segundo a lista de passageiros, pelo menos 25 tinham menos de 18 anos. Treze passageiros eram estudantes da Universidade Sharif, em Teerã, uma das mais prestigiadas do país, segundo a agência Isna.

A empresa aérea UIA informou que o Boeing 737 foi construído em 2016 e passou por uma revisão técnica há dois dias. “Era um dos nossos melhores aviões com uma tripulação excelente e muito segura”, declarou, em prantos, o presidente da empresa, Ievguen Dykhne, em uma entrevista coletiva em Kiev. O presidente Zelensky, que interrompeu suas férias no sultanato de Omã para retornar à Ucrânia, ordenou uma investigação e anunciou a inspeção de “toda frota aérea civil ucraniana”, independentemente da causa do acidente.

Cautela

Zelenski também alertou contra possíveis "especulações" sobre o acidente e pediu que "versões não verificadas da catástrofe" não fossem divulgadas. Em um primeiro momento, a embaixada ucraniana no Irã falou em “pane em um motor da aeronave, devido a razões técnicas”, dizendo excluir “a tese de um ataque terrorista”. Na sequência, removeu este trecho do comunicado à imprensa. Uma fonte explicou à AFP que a declaração foi modificada porque a legação havia usado “informações não verificadas”.

Imagens amadoras veiculadas pela mídia estatal iraniana mostram o avião em chamas perdendo altitude à noite e explodindo com o impacto no solo. Stephen Wright, especialista em aviação e professor da Universidade de Tempere, na Finlândia, disse à AFP duvidar de que o avião tenha sido abatido. “Há muita especulação afirmando que ele foi abatido. Acredito que este não foi o caso”, comentou. “O avião estava subindo (...) na direção certa, o que significa que algo catastrófico aconteceu”, observou, referindo-se a “uma bomba, ou pane catastrófica”.

Caixas-pretas

A Boeing emitiu um comunicado indicando que está “disposta a ajudar por todos os meios necessários”. As duas caixas-pretas foram encontradas, segundo a Aviação Civil iraniana, que informou que não entregará os aparelhos aos Estados Unidos. “Não daremos as caixas-pretas ao fabricante e nem aos americanos”, destacou Ali Abedzadeh, diretor da Organização da Aviação Civil do Irã, citado pela agência Mehr.

Mais tarde, sem citar o Irã diretamente, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu uma “cooperação total com toda a investigação e as causas” do acidente. Apenas alguns países, incluindo Estados Unidos, Alemanha ou França, têm capacidade técnica para analisar caixas-pretas.



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