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Estado de Minas

Começa em NY julgamento de Harvey Weinstein por agressão sexual


postado em 06/01/2020 18:49

O outrora todo-poderoso produtor de Hollywood Harvey Weinstein foi acusado nesta segunda-feira (6) de novos crimes sexuais em Los Angeles, no mesmo dia do início de seu julgamento penal em Nova York, em um dia histórico para o movimento #MeToo.

Weinstein, de 67 anos, foi acusado em Los Angeles de abusar sexualmente de duas mulheres não identificadas em 2013.

O primeiro abuso teria ocorrido em 18 de fevereiro de 2013, quando, segundo o Ministério Público, Weinstein entrou sem permissão no qual de hotel de uma mulher e estuprou-a. No dia seguinte, supostamente abusou sexualmente de outra mulher em seu quarto de um hotel em Beverly Hills.

"As provas demonstram que o acusado utilizou seu poder e influência para ter acesso a suas vítimas e em seguida cometer crimes violentos contra elas", disse a procuradora Jackie Lacey em nota. "Quero elogiar as vítimas que se apresentaram e contaram corajosamente o que aconteceu com elas".

Weinstein afirma ser inocente.

- Longo julgamento -

Mais cedo, em Nova York, Weinstein foi a tribunal vestido com um terno escuro e usando um andador depois de passar por uma recente cirurgia nas costas devido a um acidente de carro que sofreu em agosto. Ele parecia pálido e fraco.

Se for considerado culpado, Weinstein pode ser condenado à prisão perpétua. O processo deve durar em torno de seis semanas.

A audiência desta segunda em Nova York presidida pelo juiz James Burke durou uma hora e 15 minutos e definiu aspectos logísticos do julgamento.

A primeira batalha será a seleção do júri, que começa amanhã e pode durar até duas semanas.

Durante a audiência, a Promotoria pediu que o juiz ordene a defesa a manter silêncio sobre o processo fora do tribunal.

"As mulheres já foram suficientemente degradadas", disse a promotora Joan Illuzi-Orbon, acusando a advogada de defesa, Donna Rotunno de sugerir que, como muitas acusadoras são atrizes, elas estão atuando quando denunciam os abusos.

Rotunno garantiu que não fez nada errado, e criticou a promotora pro classificar seu cliente como "predador" na corte.

Quase 90 mulheres, incluindo atrizes famosas como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, denunciaram o ex-produtor por assédio, agressão sexual, ou estupro, desde que o jornal "The New York Times" revelou várias acusações contra ele em 5 de outubro de 2017.

Weinstein está sendo julgado em Nova York apenas por agressões contra duas mulheres, já que os demais crimes prescreveram.

Uma das acusadoras é a ex-assistente de produção Mimi Haleyi, segundo a qual o produtor de "Pulp Fiction - tempo de violência" praticou sexo oral nela contra sua vontade no apartamento do réu, em Nova York, em julho de 2006.

A segunda acusadora permanece no anonimato. Ela afirma que Weinstein, cofundador da produtora Miramax Films, violentou-a em um quarto de hotel de Nova York em março de 2013.

A acusação foi modificada em agosto para incluir o depoimento da atriz da série "Família Soprano" Annabella Sciorra, que relata ter sido violentada por Weinstein no inverno de 1993-94.

O único outro julgamento penal desta mesma natureza no horizonte é o do cantor de R&B; R. Kelly. No ano passado, ele foi acusado de vários ataques contra jovens.

O comediante americano Bill Cosby foi sentenciado a três anos de prisão por agressão sexual em setembro de 2018. Seu julgamento começou no final de 2015.

- 'Time's Up' -

Desde que o movimento surgiu após o tsunami de acusações contra Weinstein, quase todos os homens que foram acusados e perderam seus postos de trabalho evitaram processos penais.

Cerca de 15 mulheres que denunciaram Weinstein, incluindo as atrizes Roseanna Arquette e Rose McGowan, protestaram em frente à corte de Mahattan vestidas de vermelho e com cartazes que diziam "Justiça para as sobreviventes".

"O tempo acabou, 'Time's Up'. O tempo do assédio sexual no trabalho acabou, o tempo de culpar os sobreviventes acabou, o tempo de desculpas vazias sem consequências e da ampla cultura do silêncio que permitiu que agressores como Weinstein agissem", disse Arquette.

A promotoria chamará as outras três supostas vítimas de Weinstein para a corte, incluindo uma mulher que alega ter sido estuprada na Califórnia em 2013. Os detalhes das outras duas acusações são desconhecidos.

"Espero que (Weinstein) fique preso até o fim de seus dias", disse à AFP outra manifestante, Sarah Ann Masse, que afirmou ter sido agredida pelo ex-produtor quando ele entrevistou-a em 2008 para um cargo de babá de seus filhos.


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