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Estado de Minas CONFRONTO NO ORIENTE MÉDIO

Irã deixa acordo nuclear, sob nova ameaça de Trump

Após explosões na área onde está localizada a embaixada americana em Bagdá, o presidente dos EUA fala em revide %u201Cdesproporcional%u201D, enquanto o Irã se libera para enriquecer urânio


postado em 06/01/2020 04:00 / atualizado em 05/01/2020 20:28

Aos gritos de %u201CMorte à América%u201D, um mar de manifestantes invadiu as ruas em Mashhad, no Irã, levando o caixão com o corpo do general Soleimani, num cortejo que também serviu como homenagem ao herói morto(foto: Mohammad Taghi/AFP)
Aos gritos de %u201CMorte à América%u201D, um mar de manifestantes invadiu as ruas em Mashhad, no Irã, levando o caixão com o corpo do general Soleimani, num cortejo que também serviu como homenagem ao herói morto (foto: Mohammad Taghi/AFP)

Pelo segundo dia, ontem, explosões atingiram a chamada Zona Verde de Bagdá, onde está instalada a Embaixada dos Estados Unidos (EUA), como resposta ao ataque autorizado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na última sexta-feira, que matou o general iraniano Qassem Soleimani e abriu nova escalada de tensão no Oriente Médio. Após atirados os foguetes no Iraque, Trump renovou ameaças, mas, desta vez, ampliou a crise, ao falar em revidar “de maneira desproporcional” a um eventual ataque aos EUA por parte do Irã.
 
No sábado, o presidente dos EUA advertiu que tinha 52 alvos iranianos sob sua mira para atacar, e com importância cultural para a república islâmica. A força dos aliados Irã e Iraque contra os americanos foi também novamente exposta, com o anúncio do governo de Teerã de que a nação se considera livre para enriquecer urânio e a exigência feita pelo Parlamento do Iraque de expulsão das tropas americanas do país.
 
Uma facção pró-Irã pediu aos soldados iraquianos que se afastassem das bases onde as forças americanas estão localizadas, aumentando o temor de mais violência. Três foguetes atingiram regiões do Iraque, segundo as Forças Armadas locais. Dois deles caíram na Zona Verde de Bagdá e o terceiro projétil atingiu o bairrro de Jadryia, vizinho à Zona Verde. De acordo com a agência internacional de notícias Reuters, seis pessoas ficaram feridas.
 
A resposta de Donald Trump foi dada por meio de um tuíte confuso, no qual o presidente americano diz que as publicações da mídia podem servir de notificação ao Congresso dos Estados Unidos, caso haja necessidade de uma ação militar. “Se o irã atacar qualquer pessoa ou alvo dos Estados Unidos, os Estados Unidos reagirão rápida e completamente, e talvez de maneira desproporcional”, escreveu.
O Irã anunciou ontem a quinta e última fase do seu plano de redução de compromissos em matéria nuclear, e afirmou que se desliga de qualquer “limite do número de centrífugas” de urânio. No entanto, em comunicado, o governo da república islâmica assinalou que “a cooperação do Irã com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, que fiscaliza o programa nuclear de Teerã) será mantida”.
 
Ainda ontem, a pressão feita pelo Irã sobre o Parlamento do Iraque surtiu efeito e levou o congresso iraquiano a votar pela saída dos soldados americanos do país. Atualmente, cerca de cinco mil militares americanos estão no Iraque. Desde o assassinato de Qassem Soleimani, arquiteto da estratégia iraniana no Oriente Médio, e de Abu Mehdi al-Mouhandis, número dois da Hashd al-Shaabi, uma coalizão paramilitar pró-Irã integrada às forças de segurança, o mundo teme nova guerra.
 
De um lado, Teerã clama por “vingança” e ameaça com uma resposta militar. O assassinato de Soleimani e Mouhandis criou consenso contra os Estados Unidos no Iraque, um país abalado por meses de revolta, em particular contra a influência do Irã. No Parlamento, na ausência dos deputados curdos e da maioria dos deputados sunitas, muitos legisladores gritaram “Não à América!”.
As mortes de Soleimani e Mouhandis despertaram imensa comoção no Iraque e no Irã. Ontem, uma espécie de maré humana desfilou no Irã em Ahvaz, no Sudoeste do país, Zanjan, no Noroeste, e Mashhad, ao Nordeste, onde o caixão de Soleimani chegou, sob gritos de “Morte à América”.

Apoio da França O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu ontem que o Irã evite tomar medidas que possam provocar uma escalada da tensão no Oriente Médio e desestabilizem a região, de acordo com comunicado divulgado pelo governo. Macron disse que a França está determinada a trabalhar com seus parceiros regionais e internacionais para esforços conjuntos no sentido de melhorar a situação no Oriente Médio.
 
Macron falou, na tarde de ontem, com o presidente Donald Trump e expressou solidariedade à Casa Branca e aos aliados. “Dado o recente aumento das tensões no Iraque e na região, o Presidente da República destacou sua total solidariedade com nossos aliados à luz dos ataques realizados nas últimas semanas contra a coalizão no Iraque.” Macron disse que a prioridade da comunidade internacional deve ser lutar contra o Estado Islâmico e respeitar a soberania do Iraque.

Pela paz

Sem citar o conflito no Oriente Médio, o Papa Francisco disse, ontem, durante a Oração de Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, que “em tantas partes do mundo sente-se o terrível ar de tensões. A guerra traz sempre morte e destruição. Chamo todas as partes a manter acesa a chama do diálogo e do autocontrole e de esconjurar a sombra da inimizade. Rezemos em silêncio pedindo esta graça”. No sábado, pelo Twitter, o líder da Igreja Católica já havia pedido paz.


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