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Estado de Minas

Gideon Saar, um ex-ministro que desafia Netanyahu


postado em 26/12/2019 11:01

Gideon Saar não tem o carisma de seu ex-mentor, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas está pronto para desafiá-lo na quinta-feira (26) para se tornar líder do Likud, o grande partido da direita israelense onde o chefe de governo reina sem sombra há anos.

Nascido em Tel Aviv, Gideon Sar, de 53 anos, é uma das figuras do Likud há uma década e foi várias vezes ministro nos governos Netanyahu entre 2009 e 2014.

Foi, sobretudo, um dos primeiros a reivindicar primárias para designar um novo chefe do partido, depois que Netanyahu foi indiciado por corrupção.

O premiê mais longevo da história de Israel sempre rejeitou nomear um sucessor para a liderança do Likud. E Saar o acusou, várias vezes, de afastá-lo.

Advogado e jornalista, o aspirante a liderar o partido entra na política em 1999, graças a Netanyahu, que o nomeia secretário de governo. A função já havia sido ocupada pelo governo de Ariel Sharon em 2001.

Em 2003, entra no Parlamento e, depois, é reeleito em 2006, 2009 e 2013.

A popularidade de Gideon Saar cresce no partido, e sua rivalidade com Netanyahu se torna evidente.

Em setembro de 2014, quando é ministro do Interior, anuncia repentinamente "uma pausa" em sua corrida política para passar mais tempo com sua família.

Depois renuncia a sua cadeira no Parlamento, embora continue sendo membro do Likud.

Durante sua ausência, os comentaristas políticos o veem como possível sucessor de Netanyahu, que o considera uma ameaça.

Em abril de 2017, anuncia seu retorno à política.

- "Estou preparado" -

Casado com Gueula Even, uma famosa apresentadora, pai de quatro filhos, dois deles de um primeiro casamento, Saar parece ter uma personalidade mais tranquila do que a do premiê.

"Parece mais um gentleman", estima Gideon Rahat, professor de Ciência Política na Universidade hebraica de Jerusalém. "A segunda diferença é que não é suspeito de corrupção", completou.

Em novembro, o procurador-geral indicia Netanyahu por corrupção, fraude e abuso de confiança em três casos.

Segundo a lei, o primeiro-ministro, que nega estas acusações de forma categórica, não tem obrigação de renunciar, enquanto não for condenado e não tiver esgotado todas as apelações.

Reeleito deputado durante as legislativas de abril e de setembro de 2019, Gideon Saar "tenta ultrapassar o primeiro-ministro pela direita", afirma Ofer Zalzberg, analista do International Crisis Group (ICG).

O ex-estudante de Ciência Política é a favor da anexação das colônias israelenses na Cisjordânia ocupada e defende que se limite o poder da Suprema Corte em suas decisões sobre questões constitucionais.

Quando, nas legislativas de novembro, o Likud não alcançou a maioria necessária para formar um governo, Netanyahu contemplou a possibilidade de realizar primárias no partido.

Saar respondeu pelo Twitter: "Estou preparado".

"As pessoas querem mudança na liderança do Likud", afirmou.

O político se apoia em suas relações com chefes de outros partidos e, sem mencionar abertamente, no fato de não estar indiciado.

As chances de vitória de Saar nestas primárias ainda parecem escassas. Até o momento, ele conta com o apoio público de menos de cinco deputados e de nenhum ministro.


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