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Estado de Minas

Iraque adia eleição de premier em meio a protestos


postado em 19/12/2019 21:01

Os líderes iraquianos acertaram nesta quinta-feira adiar a nomeação do futuro primeiro-ministro, após expirar o prazo estabelecido pela Constituição, em meio a onda de protestos que sacode o país.

O Parlamento deveria dar um voto de confiança a um de seus membros para formar o novo governo até a meia-noite, mas diante da falta de consenso entre os blocos parlamentares, o prazo foi ampliado até o próximo domingo.

Após a decisão, os deputados terão que apresentar seu candidato ao presidente Barahm Saleh, que o submeterá ao voto do Parlamento.

Caso não haja uma decisão, Saleh proporá um nome e, se a votação também não for favorável, o chefe de Estado assumirá o cargo de primeiro-ministro interino por 15 dias.

O atual Parlamento é o mais fragmentado da história recente do Iraque e, na quarta-feira, os deputados falharam na tentativa de modificar a lei eleitoral, a única grande reforma apresentada em resposta aos protestos de rua que deixaram mais de 460 mortos e 25.000 feridos e que continua, apesar da repressão e do inverno frio.

O primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi, um independente sem partido ou base popular e que teve que renunciar devido aos protestos, havia sido escolhido no ano passado como um homem de consenso para tentar tirar a legislação de uma situação de bloqueio.

- Manifestantes inflexíveis -

Hoje, três homens ainda aparecem na disputa, após numerosas reuniões de líderes partidários e chefes de grupos parlamentares.

Mas todos eles ocuparam uma ou várias posições dentro de um poder que os manifestantes rejeitam em bloco acusando de ser corrupto e ineficiente.

Qusai al Suheil, ministro interino do Ensino Superior, foi apresentado por muitas autoridades como o candidato do Irã, o vizinho influente cujo poderoso emissário, o general Qasem Soleimani, acompanha de perto as negociações.

Suheil, um ex-líder xiita do movimento do líder Moqtada al-Sadr, ingressou no bloco "Estado de Direito" do ex-primeiro ministro Nuri al Maliki, próximo ao Irã e um grande adversário de Al-Sadr.

Outro bem posicionado parece ser Mohamed al Sudani, 49 anos, ex-ministro e ex-governador de uma província do sul, hoje palco de manifestações frequentes.

No entanto, segundo fontes da cidade sagrada de Najaf, o grande aiatolá Ali Sistani, uma figura guardiã da política iraquiana, se recusou a receber Mohamed al Sudani quando, alguns dias atrás, ele tentou obter seu apoio.

O grande aiatolá, 89 e a mais alta autoridade religiosa da maioria dos xiitas no Iraque, já anunciou que, pela primeira vez, não deseja se envolver na formação do próximo governo.

Quem é mencionado como o terceiro na disputa é o chefe de inteligência Mustafa al Kazimi, que muitos descrevem como o "homem dos Estados Unidos".

"O chefe de Estado está apostando em ações de última hora", disse um líder político à AFP.

Nesse contexto complicado, um parlamentar da oposição liberal pediu ao presidente que o nomeasse primeiro-ministro, através de uma carta que ele divulgou entre seus quase 300.000 seguidores no Twitter.

Fayeq al Sheik, um candidato pitoresco, ganhou popularidade entre os manifestantes por acusar seus colegas legisladores de "corrupção" e "confessionalismo".

Na opinião de alguns, ele é um sopro de ar fresco em um establishment pouco apreciado pela população.


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