O presidente da França, Emmanuel Macron, manteve nesta terça-feira suas declarações controversas sobre a Otan, organização que ele acusou de estar em "morte cerebral", irritando seus parceiros na Aliança Atlântica pouco antes do início de uma cúpula em Londres.
"Minha declaração provocou a reação de muitas pessoas, mas eu a mantenho", disse o presidente em uma entrevista coletiva conjunta com o presidente dos EUA, Donald Trump, que descreveu essas declarações como "muito ofensivas".
"Quando se olha para o que deveria ser a Otan, vemos que pela primeira vez a mudança no peso (de financiamento, ndlr) e o presidente Trump já recordou isso", disse Macron.
"Mas quando falamos sobre a Otan, não se trata apenas de dinheiro", acrescentou.
Em sua polêmica entrevista ao The Economist, na qual denunciou a "morte cerebral" da organização, Macron deu como exemplo a ofensiva de um aliado, a Turquia, contra milícias curdas no norte da Síria, fundamental na luta contra o grupo Estado islâmico jihadista, afirmação que enfureceu Ancara.
"Quando olho para a Turquia, eles agora estão lutando contra aqueles que lutaram junto a nós. E, às vezes, trabalham com intermediários do EI", reiterou o presidente francês nesta terça-feira.
Após a reunião bilateral com Trump, Macron deve se encontrar com seu par turco, Recep Tayyip Erdogan, junto com os chefes de governo da Alemanha, Angela Merkel, e o Reino Unido, Boris Johnson.