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Estado de Minas

Presidente ucraniano nega acordo de benefício mútuo com Trump


postado em 02/12/2019 06:31

O presidente ucraniano voltou a negar qualquer acordo com o colega americano sobre a ajuda militar dos Estados Unidos a seu país, apesar dos depoimentos que apontam nesta direção durante a investigação para um eventual processo de destituição de Donald Trump.

"Não falei nada com o presidente americano Trump nesses termos: eu te dou isso, você me dá aquilo", declarou Volodimir Zelenski em uma entrevista à revista alemã Der Spiegel e outras publicações europeias.

Ele disse "não compreender" as acusações de chantagem, apresentadas no âmbito do processo de destituição em curso nos Estados Unidos, e "não querer dar a impressão de que somos mendigos" na Ucrânia.

O escândalo começou com uma conversa telefônica em 25 de julho, durante a qual o presidente republicano é suspeito de pressionar a Ucrânia a iniciar investigações contra o ex-vice-presidente democrata Joe Biden e seu filho Hunter, que trabalhava para uma empresa de gás ucraniana.

O embaixador dos Estados Unidos na União Europeia, Gordon Sondland, afirmou que existiu, de fato, um acordo 'quid pro quo' segundo os "desejos do presidente".

Na mesma entrevista, Zelenski minimizou as esperanças a respeito da reunião de cúpula sobre a Ucrânia programada para acontecer em Paris em 9 de dezembro, onde deve se encontrar pela primeira vez com o presidente russo Vladimir Putin.

Ele destacou que o fim do conflito no leste da Ucrânia com os separatistas pró-Rússia terá que ser discutido após várias etapas preliminares.

A primeira será sobre uma "troca de prisioneiros com prazos razoáveis", disse, mencionando também um verdadeiro cessar-fogo e a retirada de todas as forças armadas para poder contemplar a convocação de eleições locais na área disputada.

"Se os três pontos forem solucionados, veremos se todos querem acabar com a guerra", afirmou. "Nós realmente desejamos isto, mas veremos se a Rússia realmente deseja", acrescentou o chefe de Estado.

Esta será a primeira reunião de cúpula desde 2016 com este formato destinada a permitir o avanço do processo de paz no leste da Ucrânia, onde a guerra provocou mais de 13.000 mortos.

Rússia e Ucrânia entraram em conflito com a chegada ao poder em Kiev de um governo pró-Ocidente em 2014, a anexação da Crimeia por Moscou e uma guerra com os separatistas russos no leste.

No entanto, após a eleição em abril de Zelenski, mais favorável ao diálogo que seu antecessor, foram registrados progressos nas relações entre Kiev e Moscou.


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