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Estado de Minas

EUA terão presença discreta na COP25 apesar de saída do Acordo de Paris


postado em 30/11/2019 12:55

Os Estados Unidos, país que oficializou no começo do mês sua intenção de se retirar do acordo climático de Paris, enviarão à reunião de cúpula COP25, que começa na próxima segunda-feira, em Madri, uma funcionária do Departamento de Estado para defender seus interesses.

"Os Estados Unidos continuarão participando das negociações sobre as mudanças climáticas e de reuniões como a COP25, para garantir condições equivalentes em jogo, que protejam os interesses americanos", informou o Departamento de Estado.

A subsecretária de Estado para os Oceanos e Assuntos Científicos e Ambientais Internacionais, Marcia Bernicat, uma funcionária de carreira que já foi embaixadora em Bangladesh, irá liderar a delegação que participará da reunião de cúpula da ONU sobre o clima, de 2 a 13 de dezembro, na capital espanhola.

Nenhum funcionário do alto escalão do governo americano participará do encontro, mas Marcia estará acompanhada de integrantes do Departamento de Estado, da Agência Americana de Proteção Ambiental, do Departamento do Tesouro, do Departamento de Agricultura, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional e da agência de cooperação Usaid.

Para entender a posição de Washington e as consequências da sua retirada do acordo, impulsionada pelo presidente Donald Trump, a AFP entrevistou o especialista Todd Stern, que participou das negociações da COP21 de 2015, que resultaram no acordo fechado em Paris.

Stern, que liderou entre 2009 e 2016 a equipe para as mudanças climáticas designada durante a presidência de Barack Obama, é um especialista do centro de análises Brookings Institution, com sede em Washington.

Pergunta: Por que os Estados Unidos continuam enviando delegações às conferências COP?

Resposta: Segue participando das negociações em nível técnico, de forma bastante útil, de fato.

Estas são pessoas que foram negociadoras durante muito tempo, que têm relação com negociadores de todo o mundo, que têm conhecimento e são confiáveis.

P: Existe uma posição dos Estados Unidos sobre o clima que tenha se mantido de forma constante nas discussões internacionais ao longo dos anos?

R: Obviamente, os Estados Unidos, seja sob a presidência Bush ou Obama, ou mesmo durante este período do governo Trump, não apoiaram o antigo e duro princípio de bifurcação que impulsionou o acordo de Kioto, assinado em 1997.

Não iríamos concordar com nada que dissesse "aqui há um conjunto de obrigações legalmente vinculantes para os países desenvolvidos, mas nenhuma para os países em desenvolvimento". Assim era o acordo de Kioto. Bush não iria fazê-lo, tampouco Obama. Os negociadores poderiam assistir às negociações durante o governo Trump e se sentirem livres para manter esta mesma posição.

P: O Acordo de Paris poderá sobreviver se Trump for reeleito em 2020?

R: O dano é que, inevitavelmente, haverá países que não farão tanto quanto poderiam, porque se questionarão: "Por que nós deveríamos fazer todo o possível, se os Estados Unidos não fazem nada?"

Se Trump for reeleito, isto se manterá, e, até certo ponto, a preocupação irá aumentar internacionalmente de forma mais do que linear.

P: Pode-se esperar que os Estados Unidos alcancem as metas de redução de emissões fixada por Obama através das medidas que forem tomadas em nível de estados e cidades?

R: Os esforços em nível regional não podem, de forma alguma, compensar o que ocorre em nível nacional.

Por outro lado, há 25 estados tentando tomar medidas fortes. Se não tivéssemos esses governadores progressistas tentando fazer boas coisas nesses estados, as emissões dos Estados Unidos como entidade nacional seriam maiores.


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