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Estado de Minas MUDANçAS CLIMáTICAS

Um duro alerta pelas florestas


postado em 28/11/2019 04:00

Os níveis de concentração dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera, apontados em novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), terão impactos econômicos e sociais prejudiciais em todo mundo, devido às mudanças climáticas. Também poderá haver outras consequências danosas, como o aumento dos gastos com saúde.  A observação é do professor Francisco Louçã, do Instituto Superior de Economia e Gestão (Iseg) da Universidade de Lisboa, que está em visita a Minas Gerais. Louçã é um dos economistas portugueses com mais livros e artigos publicados, tendo já concorrido à presidência do seu país (2006). 
 
O novo relatório do programa da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado na terça-feira, destaca que a emissão de gases causadores do efeito estufa precisa diminuir mais de 7% ao ano no período entre 2020 e 2030 para que o aumento na temperatura média global seja de apenas 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Caso as emissões não sejam reduzidas a esse ritmo, o mundo caminhará para elevação de temperatura de 3,2ºC.
 
A conclusão do relatório do Pnuma é que os acordos atuais para a redução das emissões não são suficientes para evitar as mudanças climáticas. De acordo com o documento,  mesmo que forem implementadas todas as metas do Acordo de Paris, as temperaturas deverão subir 3,2°C, “trazendo impactos climáticos ainda maiores e mais destrutivos”.
 
O renomado economista português Francisco Louçã recomenda que as maiores nações –, entre elas o Brasil, devem se unir em esforço de cooperação para diminuir a emissão de gases causadores do efeito estufa e reduzir os impactos negativos das mudanças climáticas. “O que se aconselha a um grande país como o Brasil e a todos os países é que tenham mais cooperação para se evitar as alterações climáticas e combater os riscos (das mudanças do clima) para a vida das pessoas. É preciso melhorar a cooperação nos sistemas de saúde, melhorar a proteção das florestas. Tem que defender os agricultores e a produção deles, a fim de que a produção possa atender a necessidade de alimentos da população mundial”, orienta Francisco Louçã.
 
Em visita ontem a Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, Louçã afirmou que a informação divulgada pela agência das Nações Unidas é “alarmante” e que as mudanças climáticas decorrentes dos gases causadores do efeito estufa vão acarretar sérios impactos sociais econômicos para todos os habitantes do planeta. “A ONU divulgou uma informação muito alarmante sobre os níveis de concentração de gases com efeito estufa na atmosfera, que são muito maiores do que se estava imaginando. São muito grandes os efeitos sociais e econômicos que isso pode ter, com o aumento da temperatura média (da Terra), o degelo na Antártida e fenômenos extremos, como os desastres naturais. Isso vai ter peso em toda população do mundo”, avaliou.

Efeitos socioeconômicos Louçã, que ministrou palestra na Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), alertou para as consequências sociais e econômicas das mudanças climáticas. “Esses impactos criam mais riscos para as pessoas. Criam muito mais possibilidade de grandes desastres, como furacões nos Estados Unidos, aumento do nível do mar, aumento da temperatura e da desertificação em algumas regiões do mundo”, disse o economista português.
 
Ele também lembrou que as mudanças climáticas contribuem para a ocorrência dos grandes incêndios florestais. Citou os incêndios registrados neste ano na Califórnia (Estados Unidos), na Austrália e na Amazônia. O especialista salientou que os danos ao meio ambiente vão acarretar o aumento dos preços agrícolas, “pois a produção ficará mais difícil”.
 
Segundo Louça, outra consequência nefasta da concentração de gases causadores do efeito estufa e das mudanças climáticas será o aumento dos gastos com saúde. “Poderá ocorrer o aumento da malária em algumas regiões do mundo e devem surgir novas doenças. Tudo isso tem perigosos efeitos sociais”, adverte.


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