(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Romênia elege presidente em segundo turno


postado em 24/11/2019 11:37

Os romenos votam neste domingo (24) no segundo turno das eleições presidenciais, em que o presidente pró-europeu Klaus Iohannis é favorito à reeleição contra a ex-primeira-ministra de esquerda Viorica Dancila.

Iohannis, de 60 anos, eleito presidente em 2014, venceu com grande vantagem o primeiro turno das eleições em 10 de novembro, com 38% dos votos contra 22% para Dancila.

"Votei por uma Romênia moderna, europeia e normal", afirmou ele neste domingo.

Na metade da tarde, um quarto dos 18,2 milhões de eleitores já havia votado.

A mobilização é particularmente forte entre os 4 milhões de romenos que vivem no exterior, para os quais os centros de votação abriram na sexta-feira.

"Votei pensando nos meus filhos que emigraram para os Estados Unidos. Espero que voltem para a Romênia e encontrem trabalho aqui", disse Elena, uma aposentada de 70 anos, à AFP.

Essa eleição, 30 anos após a queda do Muro de Berlim, deve confirmar a ancoragem europeia da Romênia, numa contra-corrente de outros países do antigo bloco comunista, como Hungria e Polônia, onde ecoam discursos soberanistas e nacionalistas.

"Iohannis representa a única opção europeia e euro-atlântica" e garante a "previsibilidade" da política externa de Bucareste, prejudicada por decisões controversas dos social-democratas, disse à AFP o ex-chefe da diplomacia Cristian Diaconescu.

Dancila, 55 anos, apoiada por Liviu Dragnea, ex-chefe do Partido Social-Democrata (PSD) hoje preso por corrupção, concentrou sua campanha na "defesa dos romenos".

"Votei por um mandato presidencial com mais comprometimento, respeito pelo povo romeno e por nossos interesses nacionais", afirmou.

Após 21 meses caóticos, o governo de Dancila foi derrubado em outubro pelo Parlamento e substituído por um gabinete de centro-direita sob a direção do Partido Liberal Nacional (PNL), de Iohannis.

Essa saída brutal da cena enfraqueceu a candidatura da ex-primeira-ministra em um contexto em que o PSD, que domina a vida política romena desde 1990, sofreu uma série de contratempos desde sua vitória nas legislativas de 2016.

- País em mudança -

Durante os quase três anos de convivência agitada com a esquerda, Iohannis travou uma guerra desgastante para impedir a reforma do sistema judiciário realizada pelo PSD.

Segundo o sociólogo Alin Teodorescu, essa reforma, denunciada por Bruxelas como um ataque ao Estado de Direito, foi contestada por meses por dezenas de manifestantes e custou ao PSD mais de um milhão de votos.

Os social-democratas, herdeiros do antigo partido comunista, perderam popularidade até mesmo em seus redutos históricos.

A emigração e o acesso à Internet, que permitiram aos romenos descobrir a Europa Ocidental, modificaram suas preferências eleitorais em detrimento do PSD, segundo a antropóloga Vintila Mihailescu.

Há duas semanas, Dancila obteve menos de 3% dos votos entre os emigrantes em busca de melhores condições de vida.

Sétimo país mais populoso da União Europeia, com 19,4 milhões de habitantes, a Romênia apresenta profundas disparidades entre os centros urbanos, cujo padrão de vida é próximo do europeu, e as áreas rurais, entre as mais pobres do continente. Um em cada dois romenos vive no campo.

Iohannis se descreve como um "baluarte da democracia" diante de um "regime tóxico", e Dancila o descreve como um "homem covarde e arrogante, ditador".

Dancila, que aposta sua sobrevivência à frente do PSD, destacou o forte crescimento econômico durante seu mandato (4,1% em 2018), impulsionado por aumentos das aposentadorias e salários no setor público. Mas a UE e o FMI temem que isso faça o déficit disparar.

A votação termina às 19h00 GMT (16h00 de Brasília).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)