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Estado de Minas

Duque encara grande greve que testa seu mandato na Colômbia


postado em 19/11/2019 17:55

O presidente Iván Duque medirá na quinta-feira (19) a força de suas políticas enquanto sindicatos, estudantes, indígenas e opositores protagonizarão uma grande marcha na Colômbia contra seu governo, enfraquecido após um ano e meio no poder.

Com uma gama diversificada de demandas e reivindicações, os manifestantes colombianos se juntam à onda de agitação social, sem um denominador comum, que abalou recentemente o Equador, o Chile e a Bolívia.

"O protesto social pacífico é um direito constitucional, que garantimos, mas seremos implacáveis com atos de vandalismo", disse o presidente na rádio Candela na quarta-feira.

Com sua popularidade em xeque, a convocação de greve nacional medirá o poder de Duke, que não conseguiu consolidar uma coalizão no Congresso e cujo partido, o Centro Democrático de direita, sofreu reveses nas eleições locais de outubro.

A grande greve foi convocada desde outubro pelo Comando Nacional Unitário, que une as principais centrais dos trabalhadores, diante de supostas iniciativas governamentais para flexibilizar o mercado de trabalho e enfraquecer o fundo de pensão do Estado em favor de fundos privados e aumentar a idade da aposentadoria.

Duque nega apresentará projetos legislativos para esses fins, embora os Ministros do Trabalho e Finanças tenham sido a favor de reformas nesse sentido.

"O protesto não tem outra intenção senão pressionar o governo, a classe dominante deste país, a responder aos problemas da classe trabalhadora", disse à AFP Julio Roberto Gomez, presidente da Confederação Geral do Trabalho.

- Fronteiras fechadas -

As centrais dos trabalhadores, que têm um poder de convocação mais fraco do que outras da região, foram acompanhadas por estudantes universitários que exigem mais recursos para a educação pública e o cumprimento de acordos fechados com o governo em 2018.

Os indígenas pedem proteção após o assassinato de mais de cinquenta membros da comunidade neste ano no problemático departamento de Cauca (sudoeste).

A eles se juntam artistas, organizações sociais e grupos de oposição, como as FARC, partido que emergiu do pacto de paz que apoia a greve em rejeição ao assassinato de 170 ex-combatentes que assinaram o acordo.

Os movimentos de protesto enfatizam seu repúdio à violência contra líderes sociais, que deixou 486 mortos entre 1 de janeiro de 2016 e 17 de maio de 2019, de acordo com a Defensoria Pública.

Duque acredita que está em andamento uma campanha para desencadear a ira entre os colombianos: "Toda a sociedade tem que rejeitar vandalismo, saques, agressões, violência daqueles que muitas vezes querem pescar em águas turbulentas".

Em um ato incomum, a autoridade de imigração ordenou o fechamento das fronteiras com o Equador, Peru, Brasil e Venezuela até sexta-feira para impedir a entrada de estrangeiros para alterar a "ordem e segurança públicas".

Desde quinta-feira, o governo expulsou pelo menos 15 cidadãos da Venezuela, cujo governo Duque considera ilegítimo, que se infiltrariam no protesto.

O partido do governo, liderado pelo ex-presidente e senador Álvaro Uribe, diz que as mobilizações respondem a uma "estratégia do Foro de São Paulo", que reúne organizações latino-americanas de esquerda para "desestabilizar" a democracia na região.

Desde que assumiu o cargo em agosto de 2018, Duque enfrentou várias manifestações de rua por suas propostas econômicas, por sua política de segurança focada no combate ao tráfico de drogas e por sua tentativa de modificar o acordo que desarmou as FARC.

Embora o governo preveja um PIB de 3,6% em 2019, a quarta economia latino-americana apresenta uma das mais altas taxas de desigualdade e desemprego da região.


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