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Estado de Minas CRISE

Bolívia: protesto deixa oito mortos e centenas de feridos

Manifestação na sexta-feira (15) foi considerada a mais violenta desde a renúncia e saída de Evo Morales do país; ONU repercute e população fala em guerra civil


postado em 16/11/2019 15:00 / atualizado em 16/11/2019 15:30

Protesto na Bolívia teve saldo de oito mortos e centenas de feridos (foto: AFP/STR)
Protesto na Bolívia teve saldo de oito mortos e centenas de feridos (foto: AFP/STR)

Autoridades da Bolívia confirmaram a morte de oito pessoas nos protestos ocorridos no sábado (15), em Cochabamba, região central do país, após repressão da polícia e das Forças Armadas contra uma marcha de apoiadores do ex-presidente Evo Morales, que renunciou ao cargo no último domingo (10 de novembro).

 

O representante da Defensoria do Povo da Bolívia em Cochabamba, Nelson Cox, afirmou à rede CNN que outras 125 pessoas ficaram feridas e 110 manifestantes foram detidos durante a manifestação, considerada a mais violenta até agora desde a renúncia e saída de Morales do país.

 

O agora ex-presidente está asilado no México desde terça-feira (12). O comando do país foi assumido pela senadora de oposição Jeanine Áñez, do partido Unidad Demócrata, que declarou-se presidente da Bolívia. Ela removeu a cúpula militar e prometeu eleições "no menor tempo possível".


Violência

Segundo a polícia, os manifestantes estavam portando armas de fogo e objetos contundentes, além de atirarem coquetéis molotov contra as forças de segurança, o que também teria resultado em vários feridos entre policiais e soldados.

 

A repressão da marcha começou sobre uma ponte que une o municípios de Sacaba e Cochabamba, quando um grupo de cerca de 400 agricultores tentava chegar ao centro da cidade. Militares e policiais tentaram impedir a passagem dos manifestantes, mas não houve acordo entre as partes, desatando os distúrbios.

 

A maioria dos mortos e feridos foi baleada, disse Guadalberto Lara, diretor do Hospital México, à Associated Press. Ele classificou o episódio como a pior violência que já viu em seus 30 anos de carreira.

Manifestantes furiosos e parentes das vítimas se reuniram no local dos tiroteios, gritando "Guerra civil, agora!" Morales disse no Twitter que um "massacre" havia ocorrido e descreveu o governo interino liderado por Jeanine Anez como uma ditadura.

 

Michelle Bachelet, da ONU, faz alerta 
 

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, denunciou neste sábado(16) "o uso desnecessário e desproporcional da força pela polícia e pelo Exército" que pode levar a situação na Bolívia a "sair do controle".


Bachelet destacou que 14 pessoas morreram nos seis dias seguintes ao exílio do ex-presidente Evo Morales no México e lamentou que as mortes parecem ser resultado do "uso desnecessário e desproporcional da força".

 

Michelle Bachelet condena violência nos protestos na Bolívia (foto: Fabrice Coffrini/AFP)
Michelle Bachelet condena violência nos protestos na Bolívia (foto: Fabrice Coffrini/AFP)

 

 

"Condeno essas mortes. Trata-se de um desenvolvimento extremamente perigoso, pois longe de apaziguar a violência, é possível que a agrave", acrescentou.


"Realmente me preocupa que a situação na Bolívia possa sair do controle se as autoridades não administrarem cuidadosamente, de acordo com as normas e padrões internacionais para o uso da força, e com um respeito pleno aos direitos humanos", declarou a Alta Comissária.


Ela acrescentou que "o país está dividido e pessoas dos diversos setores do espectro político se encontram indignadas. Em uma situação como esta, as ações repressivas por parte das autoridades simplesmente avivaram mais essa ira e podem colocar em risco qualquer caminho de diálogo possível".


A Alta Comissária pediu dados sobre o número de presos, feridos e mortos durante os protestos e solicitou "investigações rápidas, imparciais, transparentes e completas, para garantir uma prestação de contas total", indica o comunicado.


Além disso, pediu para as autoridades bolivianas deixarem de usar as forças militares em operações de ordem pública, mesmo durante protestos. (Com informações das agênicas AFP, Brasil e Estadão Conteúdo)


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