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Estado de Minas

Venezuela e El Salvador expulsam diplomatas mutuamente


postado em 03/11/2019 17:55

A Venezuela ordenou neste domingo a saída do país do corpo diplomático de El Salvador, em resposta à expulsão por San Salvador dos representantes de Caracas, em um novo conflito internacional para o governo de Nicolás Maduro, que enfrenta uma dura pressão internacional para que abandone o poder.

O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, ordenou neste sábado à noite que o corpo diplomático da Venezuela deixasse seu país em 48 horas, após decidir não reconhecer o governo de Nicolás Maduro e apoiar o chefe do parlamento venezuelano, Juan Guaidó.

Desta maneira, El Salvador se uniu a mais de 50 países que, liderados pelos Estados Unidos, pressionam pela saída de Maduro e para que assuma o poder Guaidó, que celebrou no Twitter o "apoio de Bukele à causa venezuelana".

"O governo de El Salvador expulsa o corpo diplomático do regime de Nicolás Maduro, sendo coerente com as reiteradas declarações do presidente Nayib Bukele, nas quais não reconhece a legitimidade do governo de Maduro", afirmou a Presidência da República em comunicado.

Desta forma, "concede 48 horas" a todo o corpo diplomático "do regime de Maduro para deixar o território nacional", acrescentou o comunicado, postado por Bukele em sua conta no Twitter.

Evocando o "princípio de reciprocidade" e classificando de inédito o anúncio de Bukele, Maduro declarou neste domingo personae non-gratae os integrantes do corpo diplomático salvadorenho e lhes deu 48 horas para deixar a Venezuela.

Bukele assinalou hoje em sua conta no Twitter que os diplomatas salvadorenhos que foram expulsos por Caracas não foram nomeados por seu governo, e sim eram "funcionários que foram 100% nomeados" pelo governo do ex-presidente salvadorenho Salvador Cerén (2014-2019).

Para a chancelaria venezuelana, o presidente salvadorenho "assume oficialmente o triste papel de peão" dos Estados Unidos.

- Esquerda critica, direita apoia -

Uma representante do partido esquerdista opositor salvadorenho Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), Nidia Díaz, criticou a decisão de Bukele, condenando o que chamou de "política servil ao império americano".

Mas o principal partido opositor, a direitista Aliança Republicana Nacionalista (Arena), apoiou o que chamou de "decisão correta", e assinalou que a estreita relação que a FMLN - no poder entre 2009 e 2019 - teve com o governo Maduro "prejudicou a democracia na região".

Desde antes de assumir o governo, em junho, Bukele havia dito que manteria um relacionamento "distante" com o governo Maduro e um relacionamento muito próximo com os Estados Unidos, que exige a saída de Maduro do poder.

O embaixador americano em San Salvador, Ronald Johnson, aprovou a decisão do governo salvadorenho.

"Aplaudimos o governo do presidente Nayib Bukele por garantir que El Salvador esteja do lado certo da história, reconhecendo Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela", disse em sua conta no Twitter.

- 'A favor da democracia' -

O governo chavista acusou Bukele de dar oxigênio à "minguante estratégia americana de intervenção e bloqueio econômico, honrando o tratamento humilhante que o governo americano dispensou" aos imigrantes salvadorenhos.

O governo de Bukele lembrou que apoiou as resoluções adotadas no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciando as graves violações dos direitos humanos na Venezuela.

"O governo do presidente Nayib Bukele reconhece a legitimidade do presidente encarregado, Juan Guaidó, enquanto se organizam eleições livres", aponta o comunicado presidencial.

"El Salvador sempre será a favor da democracia e da defesa dos direitos humanos; portanto, apoiará o voto livre, supervisionado pela comunidade internacional e que garantirá a vontade do povo irmão da Venezuela", acrescenta o texto.

Nidia Díaz, líder da bancada da FMLN no Congresso, condenou esta posição, ao considerar que Guaidó "não foi eleito democraticamente, e sim Washington o quer impor".

Um relatório da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, apontou em julho que o governo venezuelano reportou 5.287 mortes devido à "resistência à autoridade" em 2018 e outras 1.569 entre 1º de janeiro e 19 de maio de 2019. Muitos desses casos, segundo Bachelet, podem constituir execuções extrajudiciais.


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