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Estado de Minas

Reconhecimento do genocídio armênio é constante fonte de tensões


postado em 30/10/2019 12:55

O reconhecimento do genocídio armênio (1915-1917), objeto de uma resolução nesta terça-feira na Câmara dos Deputados dos EUA, é uma fonte recorrente de tensões entre a Turquia e a comunidade internacional.

- Genocídio ou massacres ? -

Os armênios acreditam que um milhão e meio de pessoas foram sistematicamente mortas durante a Primeira Guerra Mundial por tropas do Império Otomano, então aliado da Alemanha e do Império Austro-Húngaro.

Desde então, em todo dia 24 de abril, a Armênia recorda o genocídio, definido pela ONU como um conjunto de atos criminosos perpetrados com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso como tal.

No entanto, a Turquia, criada como resultado do desmembramento do Império Otomano em 1920, rejeita o termo genocídio e considera que as mortes foram o resultado de uma guerra civil na Anatólia à qual se juntaram as consequências da fome.

Segundo a Turquia, entre 300.000 e 500.000 pessoas morreram, armênias e turcas.

Desde o final do século XIX, houve confrontos entre turcos e armênios, que levaram ao massacre em 1895 e 1896 de 100.000 a 300.000 armênios, segundo fontes armênias.

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano sofreu grandes derrotas nos combates nas províncias armênias e as autoridades turcas os atribuíram aos armênios, considerados "inimigos internos" e acusados de colaborar com os russos.

Em 24 de abril de 1915, milhares de armênios suspeitos de terem sentimentos hostis ao governo central foram presos.

Em 26 de maio, uma lei autorizou deportações "por razões de segurança interna" e outra em 13 de setembro ordenou o confisco de suas propriedades.

A população armênia de Anatólia e de Cilícia (uma região integrada à Turquia em 1921) foi forçada a se exilar nos desertos da Mesopotâmia.

Muitas dessas pessoas morreram na estrada ou nos campos, queimadas vivas, afogadas, envenenadas ou vítimas de tifo, segundo relatos de diplomatas estrangeiros da época.

Em 2000, 126 pesquisadores, incluindo a ganhadora do Nobel Elie Wiesel, disseram em um comunicado que "o genocídio armênio durante a Primeira Guerra Mundial é um fato histórico incontestável".

- Reconhecimento de 30 países -

Em 20 de abril de 1965, o Uruguai foi o primeiro país do mundo a reconhecer o genocídio armênio.

No total, os parlamentos de cerca de 30 países votaram leis, resoluções ou moções que reconhecem explicitamente o genocídio armênio, incluindo Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Chipre, Estados Unidos, França, Grécia, Itália, Suécia , o Vaticano e a Venezuela.

Às vezes, os votos eram apenas em uma das câmaras e, em outros casos, os governos se distanciavam do tema.

O parlamento europeu reconheceu o genocídio armênio em 1987 e recentemente a Holanda (2018) e Portugal (2019).

Na Alemanha, o Bundestag (câmara baixa) também adotou uma resolução em 2016, descrita como não vinculativa pela chanceler Angela Merkel.

Em 24 de abril de 2015, em plena recordação na Armênia do centenário do genocídio, o papa Francisco o definiu como o "primeiro genocídio do século XX".


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