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Estado de Minas

Famílias vietnamitas temem que seus filhos estejam entre mortos encontrados em caminhão


postado em 26/10/2019 09:25

Ao menos duas famílias do Vietnã temem que seus filhos estejam entre os 39 mortos encontrados em um caminhão esta semana perto de Londres, segundo seus testemunhos e a polícia.

Num primeiro momento, a polícia britânica havia anunciado que as 39 vítimas - 31 homens e 8 mulheres - eram chinesas, mas dúvidas surgiram e uma porta-voz ressaltou na sexta-feira que a situação deverá evoluir até a conclusão do processo de identificação.

Duas famílias do centro do Vietnã expressaram seus temores de que seus filhos estejam entre os mortos, portando passaportes chineses falsificados.

Nguyen Dinh Gia, pai de um jovem vietnamita de 20 anos, garantiu à AFP neste sábado que recebeu uma ligação há alguns dias anunciando que seu filho havia morrido tentando chegar ao Reino Unido.

Um desconhecido que falava vietnamita disse a ele: "imploro seu perdão, algo inesperado aconteceu". "Eu desmaiei ao ouvir isso. Parece que meu filho estava naquele caminhão que sofreu o acidente, todos morreram", acrescentou Nguyen.

De acordo com Nguyen Dinh Gia, seu filho havia lhe dito duas semanas atrás que viajaria para a Grã-Bretanha de Paris, onde vivia desde 2018.

O irmão de Pham Thi Tra, uma vietnamita de 26 anos, contou à AFP que a jovem enviou uma mensagem por telefone para sua mãe dizendo que não conseguia "respirar mais" e estava "prestes a morrer".

As duas famílias são de Ha Tinh, uma região pobre do cento do Vietnã, de onde partem muitos migrantes em busca de melhores condições de vida.

Geralmente procuram entrar na Grã-Bretanha para trabalhar em bares ou em fazendas ilegais de cannabis, na esperança de ganhar dinheiro rapidamente.

Muitos passam pela Rússia ou China, com documentos falsos, e essa jornada pode custar o equivalente a 36.000 euros, uma fortuna no Vietnã, onde a renda média não excede 2.000 euros por ano, segundo o Banco Mundial.

Segundo a BBC, uma associação de vietnamitas que vivem na Grã-Bretanha, VietHome, recebeu fotos de cerca de vinte vietnamitas desaparecidos desde a descoberta do caminhão. Desde quarta-feira, a associação disse que recebeu mensagens informando o desaparecimento de pessoas de 15 a 45 anos.

Em um comunicado neste sábado, o ministério das Relações Exteriores do Vietnã afirmou que sua embaixada em Londres trabalha para "acelerar o processo de identificação de vítimas".

Os 39 corpos foram encontrados na noite de terça a quarta-feira em uma área industrial de Grays, cerca de trinta quilômetros a leste de Londres.

O contêiner que transportava os migrantes chegou de ferry no porto de Purfleet, no estuário do Tamisa, de Zeebrugge, na Bélgica, uma hora antes da polícia entrar em cena, alertada pelos serviços de emergência.

O motorista do caminhão, de 25 anos e da Irlanda do Norte, foi preso no local suspeito de assassinato.

Segundo a imprensa britânica, trata-se de Mo Robinson, morador de Portadown, no condado de Armagh.

A polícia de Essex anunciou na sexta-feira três novas prisões nesta investigação: um norte-irlandês de 48 anos, preso no aeroporto de Stansted por tráfico de seres humanos e homicídios, e um casal - um homem e uma mulher de 38 anos - morando na cidade de Warrington, no norte da Inglaterra.

Segundo a imprensa britânica, que entrou em contato com o casal antes de sua prisão, os dois são suspeitos de serem os proprietários do caminhão registrado na Bulgária. Eles garantiram aos repórteres não ter relação com o caso.

Os investigadores começaram as necrópsias na sexta-feira para determinar as causas exatas das mortes para então iniciar a identificação dos corpos.


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