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Estado de Minas

Cronologia dos distúrbios sociais no Chile


postado em 25/10/2019 12:31

Confira abaixo a cronologia de uma semana marcada por conflitos sociais e por protestos no Chile, com episódios violentos entre manifestantes e policiais que deixaram 19 mortos.

- Confrontos violentos -

Na sexta-feira, 18 de outubro, o caos explode na capital com confrontos, incêndios e ataques ao metrô, que fechou todas as estações. O protesto se dizia contra o aumento do bilhete, que passou de 800 para 830 pesos (depois de outro aumento de 20 pesos em janeiro).

O prédio da empresa de energia elétrica ENEL e uma filial do Banco Chile, ambos no centro, são incendiados, assim como várias estações de metrô, enquanto confrontos entre manifestantes e policiais aconteciam em diferentes partes da cidade.

À noite, o presidente conservador Sebastián Piñera decreta estado de emergência em Santiago e confia a um militar, o general Janvier Iturriaga, a responsabilidade de garantir a segurança pública.

- Toque de recolher -

No dia 19, milhares de pessoas protestaram contra injustiças sociais em Santiago e entraram em confronto com as forças da ordem. Outras manifestações ocorreram em grandes cidades, como Valparaíso e Viña del Mar, apesar da suspensão do aumento dos preços dos combustíveis.

Pela primeira vez desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), milhares de soldados são enviados para as ruas, e o toque de recolher é decretado na capital.

Dezenas de manifestantes incendiaram o edifício de "El Mercurio", no porto de Valparaíso, o jornal mais antigo em circulação no Chile.

- Chile "em guerra" -

No dia 20, os tumultos continuaram, com novos confrontos no centro de Santiago e vandalismo em diferentes bairros.

Pelo menos 78 estações de metrô sofreram depredações. Algumas delas foram completamente destruídas.

O estado de emergência se estendeu a nove das 16 regiões do país, e um toque de recolher foi anunciado para a noite.

"Estamos em guerra contra um inimigo poderoso e implacável, que não respeita nada, nem ninguém, e está disposto a usar a violência e o crime sem qualquer limite", afirmou Piñera.

- "Fora, militares" -

No dia 21, as manifestações recomeçaram aos gritos de "Fora, militares".

Quase todas as escolas e universidades da capital suspenderam as aulas. O transporte público seguiu ainda bastante alterado. Longas filas se formaram em postos de gasolina e supermercados.

Piñera convocou uma reunião para o dia seguinte com os partidos políticos, para tentar alcançar um "pacto social".

- Medidas sociais sem efeito -

No dia 22, apesar do pedido de "perdão" do presidente e do anúncio de um pacote de medidas sociais - aumento das pensões mais baixas, congelamento das tarifas de eletricidade -, a insatisfação social não diminui. Os principais sindicatos e movimentos sociais do país convocaram uma greve geral.

- Greve geral -

No dia 23, primeiro dia de greve, as manifestações continuaram em várias cidades do Chile. Milhares de pessoas ocupam as ruas de Santiago, exigindo o fim das medidas de exceção e que "os militares voltem para o quartel". A multidão também exige respostas para a pior crise social do país em 30 anos.

O movimento é acompanhado pelos poderosos sindicatos das minas de cobre - o Chile é o principal produtor mundial desta commodity -, do pessoal da saúde e do setor portuário.

O governo apelou à reserva militar para apoiar os 20.000 homens já mobilizados nas ruas.

- Fim do toque de recolher -

No dia 24, as greves e manifestações continuaram. Piñera anuncia um plano para encerrar o toque de recolher e pôr fim ao estado de emergência.

Desde o início do movimento, 19 pessoas morreram, incluindo uma criança de 4 anos, e 584 ficaram feridas, como resultado dos distúrbios que também levaram a centenas de detenções, de acordo com relatório do Instituto Nacional de Direitos Humanos (NHRI).


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