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Estado de Minas

EUA tenta convencer Turquia a aceitar cessar-fogo na Síria


postado em 17/10/2019 12:07

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, desembarcou nesta quinta-feira (17) na Turquia com o objetivo de tentar frear a ofensiva de Ancara no nordeste da Síria, onde o Exército turco luta para retomar das forças curdas uma segunda cidade na fronteira.

Pence e o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, vão se reunir com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para tentar convencê-lo a encerrar uma ofensiva que já deixou quase 500 mortos, incluindo mais de 100 civis, e forçou o deslocamento de 300.000 pessoas, de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A missão é complicada, levando em consideração a postura do presidente turco, que descartou sentar à mesa com "terroristas", e as declarações confusas sobre o tema do presidente americano, Donald Trump.

Trump pareceu aprovar a ofensiva, iniciada em 9 de outubro contra as forças curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG), antes de receber uma avalanche de críticas internacionais e de seu próprio partido. Acabou pedindo a pedir que ponha fim à operação.

Na quarta-feira, antes da viagem de Pence e Pompeo, o presidente americano voltou a provocar confusão ao declarar que "se a Turquia entra na Síria, este é um assunto da Turquia e da Síria, não é nosso problema".

"Os curdos não são anjos", completou.

Os países ocidentais apoiam as YPG por seu papel na luta contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), mas Ancara os considera "terroristas".

- "Não seja tolo" -

Uma carta de Trump a Erdogan, na qual tentava convencer o presidente turco a não iniciar a ofensiva, que vazou na quarta-feira, provocou espanto em Washington. "Não seja um cara durão. Não seja tolo", escreveu o presidente americano.

A respeito de uma trégua, Erdogan descarta uma reunião com "terroristas", em referência às YPG, e exige que as forças curdas entreguem as armas e abandonem a fronteira turca.

O objetivo da ofensiva é a criação de uma "zona de segurança" de 32 km de profundidade ao longo da fronteira. Este espaço permitiria separar a área das zonas sob controle das YPG e repatriar parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios instalados na Turquia.

A operação transformou o norte da Síria no novo epicentro do complexo conflito que devasta o país desde 2011.

A pedido das autoridades curdas, o governo Bashar al-Assad enviou tropas para áreas que não controlava há vários anos. E, no plano internacional, a Rússia começou a ocupar o vazio deixado pelos Estados Unidos.

Para os países europeus, a operação contra os curdos, que administram as prisões onde estão os jihadistas do EI, gera o temor de fuga de combatentes extremistas e o ressurgimento do grupo.

O Conselho de Segurança da ONU também expressou preocupação com o "risco de dispersão" dos jihadistas no nordeste da Síria.

Em um comunicado, o EI anunciou que uma unidade "de soldados do califado" atacou na véspera um quartel-general das forças curdas perto de Raqa, "libertando mulheres muçulmanas sequestradas" por combatentes curdos.

- Batalha de Ras al-Ain -

Na frente de batalha, os combates prosseguem, especialmente em Ras al-Ain, na fronteira com a Turquia, onde os curdos opõem forte resistência aos soldados de Ancara.

Atuando ao lado de milícias rebeldes sírias, o Exército turco avançou nesta quinta-feira na cidade, da qual controla quase 50%, segundo o OSDH.

As autoridades curdas pediram um "corredor humanitário" para retirar os civis e os "feridos" da cidade de Ras al-Ain, cercada pelas forças turcas.

O apelo foi feito depois que um hospital da cidade foi atingido por bombardeios, informou o OSDH. "Os médicos estão bloqueados no estabelecimento", afirmou a ONG.

Em 13 de outubro, as forças pró-Ancara já haviam conquistado outra cidade das milícias curdas na fronteira, Tal Abyad.

Nesta quinta, as autoridades curdas acusaram a Turquia de usar armas não convencionais, como fósforo branco e napalm. Ancara negou as acusações.


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