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Estado de Minas

Primeiro-ministro Antônio Costa sai fortalecido de eleições em Portugal


postado em 06/10/2019 21:18

O primeiro-ministro socialista Antônio Costa saiu reforçado das eleições legislativas deste domingo em Portugal, após ter chegado ao poder em 2015 à frente de uma coalizão de esquerda para virar a página da austeridade.

Segundo os resultados quase definitivos, a formação do ex-prefeito de Lisboa, de 58 anos, recebeu 36,65% dos votos e vai dispor de ao menos 106 assentos de um total de 230 no Parlamento, contra 86 em 2015.

Desta forma, os socialistas superam com folga seus principais adversários do Partido Social Democrata (PSD, centro-direita), com 27,9% dos votos e 77 assentos contra 89.

Marcada por uma abstenção recorde (45,5%), essa votação confirma que o país é um dos únicos casos na Europa em que os socialistas governam e onde a extrema direita não ganha espaço.

Costa não terá, porém, uma maioria absoluta, o que o obrigará buscar o apoio de outras formações num Parlamento amplamente dominado pela esquerda.

Comemorando a vitória com os seus partidários, ele se disse pronto para "renovar a experiência" de uma união de esquerda.

"A estabilidade é essencial para a credibilidade internacional de Portugal e para atrair investidores. O PS vai se esforçar para estabelecer soluções que possam assegurar essa estabilidade em toda a legislatura", acrescentou.

Após anos de cortes econômicos aplicados em troca de um resgate internacional acertado com Portugal em 2011, em plena crise da dívida, a economia do país está muito melhor.

Portugal, duramente afetado pela crise da dívida, recebeu um resgate de 78 bilhões de euros (2011-2014) de Bruxelas e do FMI em troca de um plano drástico de austeridade, reformas e privatizações.

Sem os cortes implementados pela direita, Costa e seu ministro das Finanças, Mario Centeno, chefe do Eurogrupo desde o final de 2017, definiram como prioridade o restabelecimento do poder aquisitivo.

- Crescimento forte, déficit em baixa -

O país registra agora seu melhor crescimento desde 2000 (3,5% em 2017 e 2,4% em 2018), enquanto o desemprego caiu para níveis pré-crise (6,4% em julho) e o déficit público será reduzido para 0,2% este ano.

"Saímos de um período muito difícil. Certamente respiramos melhor agora", declarou a professora universitária Ana Maria Varela, 65, após votar "pela esquerda" em Lisboa.

A estratégia do socialista de acelerar o fim de medidas de austeridade aproveitando a situação favorável para continuar reduzindo o déficit foi seu melhor argumento eleitoral.

"Comigo, os portugueses sabem que não haverá nem radicalismos, nem volta atrás", declarou Costa na sexta-feira. "Cada voto conta, e é necessário um PS forte para garantir mais quatro anos de estabilidade", afirmou, em seu último dia de campanha.

Rui Rio parece ter aceito a derrota. "Seria agradável poder dizer que estou quase certo da vitória, mas não é o caso", disse na sexta-feira o líder da oposição de direita. Nestas últimas semanas, no entanto, ele conseguiu reduzir a vantagem de Costa nas pesquisas.

Segundo Frederico Santi, analista do gabinete Eurasia Group, "o resultado mais provável é um governo minoritário do PS com o apoio de partidos da esquerda radical, ou, em uma hipótese menos provável, com o PAN".


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