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Estado de Minas

Ataques e medo de fraude afetam participação em eleições presidenciais no Afeganistão


postado em 29/09/2019 19:07

A participação nas eleições presidenciais no Afeganistão parece ter sido menor do que nos anos anteriores, devido à ameaça de ataques e ao medo de fraudes, como evidenciado neste domingo (29) pela contagem dos votos.

Dezoito candidatos aspiram a tornar-se chefe de Estado, incluindo o atual presidente, Ashraf Ghani, e seu primeiro-ministro, Abdullah Abdullah. Cerca de 9,6 milhões de eleitores foram convocados para participar das eleições.

O ministro do Interior, Masud Andarabi, relatou no sábado à noite cinco mortos e 37 civis feridos em vários ataques atribuídos ao Talibã.

A taxa de participação pode ser a mais baixa das quatro eleições presidenciais realizadas desde as primeiras em 2004.

A comissão eleitoral anunciou neste domingo que, de acordo com os números disponíveis para metade das mesas eleitorais (2.597 de um total de 4.905), pouco mais de 10% dos eleitores foram às urnas.

O nível mais baixo de participação até agora foi de 38% no primeiro turno das eleições presidenciais de 2009.

Harun Mir, pesquisador independente de Cabul, minimizou as consequências da baixa participação e considerou que "o próximo governo terá um mandato mais forte que o atual, porque as eleições foram muito mais limpas do que as anteriores".

- Medo de ataques -

O medo de ataques e fraudes influenciou a abstenção, de acordo com muitos testemunhos dos cidadãos.

O Talibã havia multiplicado as advertências, a fim de dissuadir os eleitores de ir às urnas.

No final do dia, os insurgentes reivindicaram 531 ataques em todo o país.

O governo não forneceu números e o Instituto de Pesquisa da Rede de Analistas Afegãos (AAN) informou mais de 400, com base nos dados de seus analistas, observadores estrangeiros e fontes públicas.

Muitos eleitores também temiam que as irregularidades que marcaram as eleições de 2014 se repetissem.

Inúmeros observadores estimaram que a votação de sábado foi mais transparente e mais bem organizada que as anteriores.

A Comissão Independente de Direitos Humanos (AIHRC) destacou "muitos pontos positivos", como o melhor treinamento dos funcionários eleitorais.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, quis recordar "todos os afegãos que exerceram seu direito democrático", e os cumprimentou "por seu compromisso em eleger seus dirigentes através das urnas".

O Departamento de Estado americano aplaudiu "o valor dos eleitores afegãos" e pediu às autoridades, segundo um porta-voz, que tomem "todas as medidas para garantir que a eleição seja transparente e confiável".

Também houve quem tenha ficado em casa por ter perdido a esperança de que as elites melhorem suas condições de vida, em um país onde 55% da população vivia em 2017 com menos de dois dólares por dia.

A campanha eleitoral foi afetada pelas recentes negociações entre os Estados Unidos e o Talibã sobre a retirada das tropas americanas do país.

O presidente dos EUA, Donald Trump, interrompeu as discussões repentinamente no início de setembro, quando a conclusão de um acordo parecia iminente.

Até então, muitos observadores previam a suspensão da votação para permitir a implementação do plano de retirada.

Os resultados provisórios devem ser anunciados em 19 de outubro e os finais em 7 de novembro.

Se nenhum dos candidatos receber mais de 50% dos votos, será realizado um segundo turno.

Um dos objetivos dessas eleições é que o futuro chefe de Estado tenha legitimidade suficiente para se tornar um interlocutor inevitável em possíveis negociações de paz com o Talibã. Mas este último continua se recusando a conversar com o Executivo.

"O governo fantoche de Cabul realizou eleições artificiais, agora enfrenta o fracasso e a rejeição de uma grande maioria do país", afirmou o Talibã em comunicado na noite de sábado.


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