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Estado de Minas

Prisão perpétua para irmão de estrela paquistanesa assassinada 'pela honra'


postado em 27/09/2019 13:07

O irmão de uma estrela das redes sociais paquistanesas morta em 2016, que orgulhosamente reconheceu que a matou por seu "comportamento intolerável", foi condenado à prisão perpétua nesta sexta-feira (27) - informou seu advogado.

Mahumad Waseem foi condenado à prisão perpétua por um tribunal da cidade de Multan, no centro do país. "Insha'Allah (se Deus quiser) será absolvido" em apelação, disse à AFP seu advogado, Sardar Mehmood.

Antes do anúncio da decisão, o advogado havia afirmado que "não se haviam apresentado provas" contra Waseem, "apenas suspeitas".

A vítima, Qandeel Baloch, de seu nome verdadeiro, Fauzia Azeem, era conhecia como a Kim Kardashian paquistanesa. A protagonista das redes sociais sempre aparecia cuidadosamente penteada e maquiada, com atitudes provocativas, às vezes consideradas escandalosas por seus compatriotas mais conservadores.

Seu assassinato provocou uma onda de comoção no Paquistão, onde centenas de mulheres são assassinadas todos os anos por parentes, sob o pretexto de que teriam manchado a honra da família. Três meses depois, o Parlamento paquistanês aprovou por unanimidade uma lei contra esse tipo de punição.

"É claro que a estrangulei", disse Muhammad Waseem, preso no dia seguinte ao crime, em uma conferência de imprensa organizada pela polícia.

"Eu estava no térreo, e nossos pais dormiam no andar de cima. Dei-lhe um comprimido e depois a matei", afirmou ele.

"Não sinto nenhuma culpa pelo que fiz", já que tinha um comportamento "totalmente intolerável".

Segundo uma fonte policial, Muhammad Waseem disse aos investigadores que cometeu o crime após a recente divulgação de "vídeos chocantes de sua irmã, publicados principalmente no Facebook".

A mãe de Qandeel Baloch, Anwar Mai, esperava que seu filho fosse absolvido. "Ele é inocente. Ela era minha filha e ele é meu filho", declarou à AFP na manhã desta sexta-feira, horas antes de sua condenação.

Desde que a nova lei entrou em vigor, os pais de vítimas de um crime de honra não podem mais perdoar seu assassino, geralmente um membro da família. Até então, isso permitia que o caso não fosse levado à Justiça.


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