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Estado de Minas

Irã e EUA se mantêm impassíveis apesar da pressão internacional


postado em 26/09/2019 21:25

Os Estados Unidos e o Irã mantiveram nesta quinta-feira (26) suas posições apesar da intensa pressão internacional na Assembleia Geral da ONU, afastando a perspectiva de uma saída para a crise entre os dois países, após meses de escalada nas tensões.

Teerã denunciou a "clara hostilidade" de alguns países europeus que, com o presidente francês, Emmanuel Macron, na cabeça, multiplicaram seus esforços durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, para propiciar um diálogo direto entre Washington e Teerã.

"Os europeus chegam e se apresentam como mediadores e dizem muitas coisas, mas são ocas", disse o guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em Teerã.

França, Reino Unido e Alemanha apoiaram na segunda-feira a acusação dos Estados Unidos, que responsabiliza o Irã pelo ataque de 14 de setembro contra uma usina e um campo de petróleo na Arábia Saudita, que afetou metade da produção petroleira do reino.

Estes ataques reacenderam o longo conflito entre os Estados Unidos e o Irã e despertaram temores de um conflito generalizado na região do Golfo.

- "Fornecer a prova" -

"Nós não temos nada a ver com isso", disse o presidente iraniano, Hassan Rohani, durante coletiva de imprensa em Nova York.

"Quem faz as acusações deve fornecer a prova necessária. Qual é a sua evidência?" acrescentou, esclarecendo que fez a mesma pergunta a líderes europeus com os quais se reuniu.

"Responderam que não tinham essa informação", disse Rohani.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, disse ter apresentado "informações" a vários países durante esta semana na ONU, o que permitiu convencê-los do papel de Teerã nos ataques.

"Acho que os surpreendeu ver até que ponto a República Islâmica do Irã não está pronta para se comportar como um país normal", explicou durante coletiva de imprensa, celebrada na mesma hora da do presidente Rohani, mas em outro hotel de Nova York.

No momento, o governo Trump demonstrou recato a uma resposta militar, limitando-se a um reforço "moderado" de suas tropas na região do Golfo com a intenção de dar uma chance à diplomacia.

O Pentágono anunciou nesta quinta-feira o envio de 200 militares com mísseis Patriot na Arábia Saudita para apoiar a defesa do reino.

A negativa do presidente iraniano de se reunir com Trump em Nova York, apesar dos esforços de Macron e outros dirigentes europeus e asiáticos, mostra o impasse atual entre Estados Unidos e Irã.

"As fotos de família são a etapa final das negociações, não a primeira", disse Rohani.

- Não há diálogo com sanções -

Quando Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 por seu antecessor, Barack Obama, junto com outras potências para limitar o programa nuclear iraniano, impôs imediatamente depois uma série de sanções econômicas ao Irã, que foram endurecidas nas últimas semanas.

"Nossa resposta a qualquer negociação sob sanções é negativa", disse Rohani nesta quarta-feira aos líderes mundiais da ONU.

Nesta quinta, durante uma conferência, insistiu em que essa é a exigência da República islâmica para se sentar e negociar. "Se chegamos a um momento em que estas condições sejam tiradas da mesa, obviamente existe a possibilidade de falar com os Estados Unidos", disse Rohani.

Trump, por sua vez, que chegou na noite de domingo a Nova York com a esperança de um encontro histórico com o presidente iraniano, voltou nesta quinta-feira a Washington e se moveu na direção contrária, aumentando a pressão econômica e diplomática sobre Teerã.

O inquilino da Casa Branca proibiu nesta quinta-feira a "altos funcionários do regime iraniano e suas famílias" a entrada nos Estados Unidos, uma nova escalada de sua campanha de "máxima pressão".


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