Sete militantes separatistas catalães, investigados por pertencerem a uma "organização terrorista", foram colocados em prisão preventiva nesta quinta-feira (26) - anunciou a Justiça espanhola.
O juiz de instrução "considera que existem indícios de que os sete detidos fazem parte do ERT (Equipe de Resposta Tática), uma organização com uma estrutura hierarquizada que pretende instaurar a república catalã por qualquer via, inclusive as violentas", indicou em um comunicado a Audiência Nacional, alto tribunal com sede em Madri, encarregado de casos de "terrorismo".
Esta organização denominada ERT não tinha sido mencionada até então.
A Promotoria havia pedido a prisão destes militantes como supostos membros de um "grupo terrorista de índole secessionista catalão".
Em um primeiro momento, pediu que fossem acusados de "rebelião", mas acabou descartando esta acusação.
A Justiça não informou nem a identidade, nem a idade dos investigados. Na segunda-feira, a Polícia deteve nove pessoas, mas duas foram postas em liberdade.
Durante meses, a Guarda Civil os seguiu e fez escutas telefônicas. As investigações permitiram, segundo este corpo policial, encontrar "material e substâncias consideradas precursoras para a confecção de explosivos".
Suas detenções foram ordenadas no âmbito de uma investigação iniciada há dois anos pela Audiência Nacional em relação a "atividades criminosas, planejadas e executadas por membros dos Comitês de Defesa da República (CDR)".
Estes grupos foram criados durante a tentativa de secessão de outubro de 2017 na Catalunha, onde o movimento separatista sempre apelou para a não violência.
Organizados em dezenas de municípios, estes grupos de cidadãos de toda índole e idade se destacaram pelos protestos, bloqueando rodovias e ferrovias e, em algumas ocasiões, por confrontos com a Polícia, mas nunca cometeram atentados.
A decisão provocou a suspensão de um debate no Parlamento regional catalão, em Barcelona, pelo enfrentamento entre separatistas que começaram a gritar "Liberdade!", entendendo que as acusações são infundadas, e parte da oposição, que os acusou de apoiar supostos "terroristas".
Ao cair da noite, centenas de pessoas protestaram sem incidentes em frente à sede da Generalitat e da sede da Polícia espanhola, aos gritos de "liberdade para os presos políticos", "fora forças de ocupação" e "este Estado fascista é terrorista".